Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #18 do Brasileirão. Compara o desempenho pós-parada como mandante ou visitante, na própria competição e também nos últimos seis jogos independentemente do mando e da competição, considerando as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 68.704 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.823 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual de cada equipe. Obrigado pela leitura. Bom jogo!

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

  • A bola aérea é um risco para o Bragantino pois dos últimos dez gols que o Goiás marcou sem contar pênaltis e faltas diretas, seis foram marcados a partir do jogo aéreo assim como 14 dos últimos 20 (70%). O Bragantino sofreu praticamente a mesma proporção: seis de dez e 13 de 20 (65%).
  • As duas equipes têm características ofensivas opostas: o Bragantino é o terceiro ataque que mais finaliza na competição (média 14,6 por jogo), mas o segundo que precisa de mais finalizações para fazer um gol (13,1). O Goiás é o quarto que menos finaliza (média 10,2), mas o terceiro que precisa de menos tentativas para marcar (8,1).
  • Defensivamente a falta de eficiência é um pouco mais parecida: o Bragantino é o terceiro que exige menos finalizações dos adversários para que façam um gol (8,4); o Goiás é o quarto que exige menos (8,8). A diferença é que o Bragantino é o sétimo que menos sofre finalizações (11,9 por jogo), e o Goiás é o que mais sofre finalizações (16,5).
 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Ceará

  • O Coritiba deve investir no jogo aéreo para superar o favoritismo do Ceará: a equipe paranaense fez sete dos últimos dez gols pelo alto e 13 dos últimos 20 (65%) sem contar pênaltis e faltas diretas, e o time cearense sofreu oito dos últimos dez gols dessa forma e 14 dos últimos 20 (70%).
  • O ataque do Coritiba é o que menos finaliza no Brasileirão (9,8 vezes por partida) e precisa de 11,9 para conseguir um gol (15ª marca), só que fora de casa marca a cada 8,8 tentativas, quarta melhor marca, em grande parte graças a Robson, que tem quatro gols quando visitante e dois em casa no Brasileiro.
  • A vantagem que o Ceará pode explorar é que o Coritiba quando visitante leva um gol a cada 8,3 finalizações, quinta pior marca visitante. O contra-ataque está a favor do Ceará, também, com dois gols, quarta maior média da competição (0,13 por jogo). O Coritiba já levou três gols assim, todos fora de casa, e a média de 0,33 por partida é a segunda pior entre visitantes.
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Favorito >> Atlético-MG

  • Uma vantagem técnica do Atlético-MG é que vem conseguindo controlar seu espaço aéreo defensivo. Sem contar pênaltis e faltas diretas, só levou quatro dos últimos dez gols dessa forma depois de ter dez dos últimos 20 (50%). O Sport é muito dependente do jogo aéreo com oito dos últimos dez dessa forma e 14 dos últimos 20 (70%). No ataque, o Atlético-MG usa pouco.
  • O Atlético-MG tem o melhor aproveitamento mandante do Brasileirão (7V, 1E, 0D, 92%). O Sport é o 12º visitante (2V, 2E, 5D, 30%). O volume ofensivo do time mineiro prensa os adversários: em média faz 18 finalizações por partida, maior marca mandante, com um gol marcado a cada 6,9 finalizações, quarta maior marca mandante.
  • Quando visitante, o Sport sofre um gol a cada 11,1 tentativas dos mandantes, oitava pior marca entre quem joga fora de casa. Em média o time sofre 17,2 finalizações por partida, segunda pior média entre os visitantes.
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Favorito >> Fluminense

  • O Fluminense é o quinto melhor mandante (5V, 3E, 1D, 67%) com o terceiro melhor ataque mandante (16 gols, média 1,78), e o Santos é o segundo melhor visitante (4V, 2E, 2D, 58%), com a melhor defesa visitante (8 gols sofridos, média 1,00).
  • O Fluminense é o mandante que precisa de menos finalizações para fazer um gol (média de 5,9 tentativas). Promete ser um bom duelo porque o Santos é o segundo visitante que exige mais finalizações para os mandantes conseguirem um gol (média 13,9).
  • O Santos é o quinto visitante que precisa de menos finalizações para marcar (9,2). O Fluminense é o nono mandante que mais exige (11,1 tentativas). Fluminense e Santos usam muito a bola aérea, entre 60% e 70% de seus gols saem pelo alto. O Fluminense só levou três dos últimos dez gols assim. O Santos levou cinco, sem contar pênaltis e faltas diretas.
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Favorito >> Palmeiras

  • Apesar de passar por um momento ruim, com quatro derrotas seguidas, duas fora de casa, o Palmeiras ainda tem a quarta melhor campanha visitante no Brasileirão (3V, 3E, 2D, 50%). O Atlético-GO é apenas o 15º mandante (2V, 4E, 2D, 42%).
  • Um dos problemas do ataque do Palmeiras parece ser a ansiedade: é a segunda equipe que proporcionalmente mais arrisca finalizações de fora da área (55%), de onde é mais difícil fazer gol. Curiosamente, o Atlético-GO tenta de longe 53% das finalizações, quinta pior marca.
  • Fora de casa, o Palmeiras faz um gol a cada 10,8 finalizações, nona melhor marca visitante. O Atléico-GO em casa faz um gol a cada 9,0 tentativas, oitava melhor marca. Curiosamente, o Palmeiras é o terceiro visitante que menos sofre finalizações (10,3 por jogo), problema é que ainda assim leva um gol por jogo.
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Favorito >> Internacional

  • Sem contar pênaltis e faltas diretas, o Internacional levou 25 gols no ano e 18 a partir de jogadas aéreas (71%). Dos últimos dez gols do Flamengo, seis foram pelo alto e dos últimos 20 foram 13 (65%). É provável que o Flamengo busque esse caminho, porque por baixo o Inter só levou três gols no ano em 20 jogos em casa.
  • O Internacional fez sete dos últimos dez e 13 dos últimos 20 gols com jogadas aéreas (65%), mas o Flamengo só levou quatro dos últimos dez e 10 dos últimos 20 (50%) pelo alto.
  • O Internacional é a equipe que mais desarmes (15,8) e mais faltas (19,2) faz por jogo. O Flamengo faz 13 desarmes, sétima menor marca, e comete 16 faltas, nona maior. Por outro lado, a equipe gaúcha é a segunda mais flagrada em impedimentos (média 1,9), e o Flamengo tem a segunda defesa que mais coloca adversários em posição irregular (2,2).
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Favorito >> Athletico-PR

  • O favoritismo do Athletico-PR é amparado na estatística de expectativa de gols (xG): em média, os adversários têm dificuldades para fazer finalizações que levem perigo ao gol da equipe paranaense. Embora o Grêmio sofra menos finalizações (11,9 contra 9,9), na média elas levam mais risco à defesa gaúcha.
  • Os visitantes precisam em média de 17,8 finalizações para conseguirem fazer um gol no Athletico-PR, quarta melhor marca entre os mandantes. Fora de casa, o Grêmio precisa em média de 13,0 finalizações para conseguir um gol, quinta pior marca entre os visitantes.
  • Mas como mostra o histórico de 2006 para cá, é um confronto equilibrado. Com o mando paranaense, o Athletico-PR (49%) venceu cinco, houve quatro empates e quatro vitórias do Grêmio (41%). O Athletico-PR é o mandante que mais precisa de finalizações para marcar (20,0), e o Grêmio, o sexto visitante que mais exige finalizações para sofrer um gol (11,5).

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 68.704 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.823 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).

Resultado

Favoritismos acertou 71 resultados em 158 partidas analisadas, aproveitamento de 45%.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Caio Carvalho, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti  (Globo Esporte)