Iniciamos nesta semana o período de vazio sanitário em Mato Grosso. Durante 90 dias, é proibida presença de plantas vivas de soja em todo o Estado, sejam elas cultivadas ou involuntárias – aquelas que nascem em beiras de estradas, canteiros, etc. A medida fitossanitária visa à redução dos esporos da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) e, desta forma, diminuição da incidência do fungo na próxima safra de soja, que se iniciará logo ao final do período de proibição.

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) fará a fiscalização durante o período e tem a meta de realizar 3.500 inspeções. Os servidores do Instituto estão altamente preparados para realizar este trabalho com conhecimento técnico e também todos os cuidados neste momento de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), descritos em um manual de biossegurança.

A soja tem enorme importância econômica e social para o Estado de Mato Grosso. Aqui, em 40 anos – desde que se iniciou a série histórica do cultivo da oleaginosa, houve uma revolução nos campos. Para se ter uma ideia do crescimento exponencial, em 1975 Mato Grosso produzia 272 mil toneladas de soja. Na safra de 2020, segundo dados do Observatório do Desenvolvimento, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec MT), a produção chegou a 33,8 milhões de toneladas.

É importante frisar que, mesmo com a abertura de áreas nestas quatro décadas, Mato Grosso chegou atualmente a um nível de maturidade em relação à sustentabilidade ambiental, social e trabalhista no agronegócio graças ao empenho de nossos produtores rurais e do Governo, que juntos buscam soluções para que a sojicultura continue sendo a mola propulsora de Mato Grosso, fomentando a agroindustrialização e buscando novos mercados mundiais.

No período do vazio sanitário, os servidores do Indea-MT, durante as fiscalizações, coletarão as plantas guaxas e levarão ao laboratório para análise. Desta forma, terão um mapeamento da incidência de ferrugem asiática no Estado e auxiliarão os produtores rurais para tomarem os cuidados necessários.

Os produtores rurais, por sua vez, merecem todos os aplausos por seu empenho no período do vazio sanitário. Ao longo destes 14 anos desde que foi instituído em Mato Grosso, eles entenderam a importância e têm sido os melhores parceiros para atingir o objetivo desta etapa da sojicultura mato-grossense. Ganham os produtores rurais, as comunidades que se beneficiam desta cadeia e também o Estado que cada vez mais se torna protagonista mundial neste importante mercado.

É importante frisar que o Indea-MT tem diversos canais para denúncias para o período do vazio sanitário no site e também nas unidades locais. Que tudo possa transcorrer com tranquilidade e que, em setembro, possamos iniciar mais uma grandiosa safra de soja em Mato Grosso.

 * *Cesar Alberto Miranda Lima dos Santos Costa* é secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, pasta à qual o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA-MT) está vinculado.