Viatina-19 FIV ganhou as manchetes de jornais especializados e imprensa geral esta semana. Trata-se de uma vaca da raça nelore que teve 50% de seus direitos comercializados por R$ 3,99 milhões. A venda ocorreu durante a ExpoZebu em Uberaba, Minas Gerais, principal evento da pecuária de corte nacional. O valor pode assustar aqueles que não possuem tanto conhecimento sobre o assunto, mas não foi o recorde e é a representação concreta da tecnologia que vem do campo.
Os animais reprodutores são precificados com altos valores devido ao melhoramento genético, seleção animal e inseminação artificial que lá na ponta vão garantir maior produtividade e rentabilidade.
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O mercado genético animal se consolidou nos últimos anos e tende a crescer ainda mais no Brasil, isso tudo devido à procura por animais mais produtivos. Segundo a ASBIA, Associação Brasileira de Inseminação Artificial, em 2021 o Brasil importou mais de 11 milhões de doses de sêmen de animal, um crescimento de 12% em relação a 2020.
Porém isso é só uma fatia do mercado total, segundo a mesma associação, em 2021, o Brasil somou um mercado de mais de 35 milhões de doses de sêmen animal, o que significa que já existe um grande número de boas genéticas no país, as quais cada vez mais são reproduzidas no rebanho brasileiro.
O Brasil já utiliza inseminação artificial para uma parcela significativa do seu rebanho, mas é possível avançar muito mais. Há dez anos atrás, o país tinha um percentual ínfimo de uso de inseminação artificial de apenas 9,65%. Segundo a própria ASBIA, em 2022, o Brasil já utiliza inseminação artificial para 26% do seu rebanho total, com um destaque para o Tocantins, estado o qual se tem a maior percentual de matrizes inseminadas para o gado de corte, atingindo 50,5% do seu rebanho, um valor bem superior ao de 2012.
Essa atividade também é um ramo da agroindústria e agrega um grande valor na agropecuária brasileira, já que emprega tecnologia, ciência e pesquisa na produção. A vaca de R$ 8 milhões é, na verdade, uma vitrine de tudo que é possível fazer em prol da sustentabilidade. Isso mesmo, sustentabilidade. Pois o ganho produtivo representa menos uso de recursos naturais, melhor remuneração para trabalhadores qualificados e renda para produtores.
*LUCIANO DE SOUZA VACARI é gestor de Agronegócios em Cuiabá e diretor da Neo Agro Consultoria & Comunicação.
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