Especialistas do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA) desenterraram o túmulo de um comandante militar de alto escalão do reinado de Ramsés III, o segundo faraó da 20ª dinastia. A sepultura foi localizada no sítio arqueológico de Tell Roud Iskander, na província de Ismailia, ao lado de uma série de túmulos coletivos e individuais que datam dos períodos greco-romano e romano tardio.
Segundo um comunicado emitido na quinta-feira (20) pela autoridade, o achado ressalta a importância militar de Tell el-Maschuta, um local estratégico que, no passado, foi lar de fortificações e castelos. A região desempenhou um papel crítico na proteção do território oriental do Egito, em especial, durante o Novo Império (1580 – 525 a.C.).
Adentrando a tumba
Basicamente, o túmulo consistia em uma câmara funerária principal e três salas adjacentes. A estrutura foi toda construída com tijolos de barro e revestida internamente com argamassa branca.
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Dentre os itens identificados no local, destacam-se: pontas de flechas de bronze, vasos de alabastro adornados com inscrições levemente preservadas, um anel de ouro gravado com o cartucho do Rei Ramsés III, contas coloridas, pedras e uma pequena caixa de marfim intrincadamente trabalhada.
A presença dessas relíquias, bem como a qualidade dos materiais utilizados no espaço sugerem a alta patente do seu ocupante. Provavelmente, ele desempenhou um cargo militar de bastante distinção e foi influente no país durante boa parte de sua vida.
Também foi encontrado um esqueleto humano na tumba do comandante. Mas, diferentemente do que seria comum para os enterros do Novo Império, o corpo estava coberto com uma camada de cartonagem. A técnica, que se acredita pertencer aum período posterior da cultura egípcia, indica a possibilidade do ambiente ter sido reaproveitado em eras subsequentes.
Nos arredores da sepultura, os arqueólogos escavaram outras valas mais simples, pertencentes aos períodos greco-romano e romano tardio. Nelas, foram coletados restos de esqueletos e uma coleção fascinante demuletos, incluindo alguns com representações de divindades, como Bes (protetor das famílias) e Hórus (símbolo de cura e bem-estar).
(Por Arthur Almeida)