O juiz da 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá, Francisco Alexandre Ferreira Mendes Neto, negou  um novo pedido para trancar um inquérito policial que investiga o ex-governador Pedro Taques (SD) por suspeita de Caixa 2 nas eleições de 2014. A denúncia aponta recebimento de R$ 1 milhão proveniente do produtor agropecuário, Eraí Maggi (PP).

“Por todo o exposto, indefiro o pedido de arquivamento do presente apuratório, e determino a imediata remessa dos autos à Superintendência de Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias à conclusão das investigações”, diz trecho da decisão.

Conforme o despacho do juiz eleitoral, assinado no dia 21 deste mês,  “a investigação não está escorada em informações apresentadas exclusivamente pelo colaborador premiado”.

Um possível trancamento da investigação é de interesse de Pedro Taques e também de Eraí Maggi. Em junho de 2020 a defesa do “Rei da Soja” pediu o trancamento do inquérito sob alegação de que causaria “grave constrangimento” ao empresário.

A denúncia que motivou a investigação partiu da delação do empresário Alan Malouf que foi o coordenador-geral da campanha vitoriosa de Pedro Taques em 2014. Ele também montou e chefiou um grupo de empresários com objetivo de juntar dinheiro para quitar dívidas da campanha de Taques.

Foi nesse contexto que Alan Malouf, já na condição de delator premiado por ter sido preso em dezembro de 2016 na 3ª fase da Operação Rêmora que investigou esquema de corrupção e fraudes em licitações da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), na gestão de Pedro Taques, afirmou ter recebido R$ 1 milhão de Eraí Maggi, a mando de Pedro Taques. Segundo o delator, o dinheiro foi repassado em abril de 2016 para “para quitar parte dos valores emprestados por ele no financiamento da campanha e financiamento de Paulo Brustolin”.