Um homem morreu soterrado em um silo graneleiro nesta terça-feira (10), em uma fazenda no município de Querência. A Polícia Judiciária Civil foi acionada e esteve no local do acidente, assim como uma equipe de socorro do Hospital Municipal.
Informações de outros funcionários da fazenda dão conta de que que fica à cerca de 30 quilômetros da sede do município, a vítima Wellington Mariano, de 30 anos, teria caído no silo graneleiro por volta das 9 horas de ontem, durante uma inspeção de rotina.
Foram os próprios colegas de Wellington que esvaziaram parte da soja que estava armazenada no silo e retiraram a vítima. Wellington foi encaminhado ao Hospital Municipal, onde foi constatado o óbito por asfixia mecânica.
A Polícia Judiciária Civil passa agora a investigar as circunstâncias desse trágico acidente.
Ao menos 106 mortes desde 2009
Wellington engrossa agora uma triste estatística. Um levantamento inédito feito pela BBC News Brasil revela que, desde 2009, ao menos 106 pessoas morreram em silos de grãos no país, a grande maioria por soterramento.
Cada vez mais comuns nas paisagens rurais do país, silos são grandes estruturas metálicas usadas para armazenar grãos, evitando que estraguem e permitindo que vendedores ganhem tempo para negociá-los.
Foram contabilizados apenas casos noticiados pela imprensa, o que, segundo especialistas, indica que as ocorrências sejam ainda mais numerosas, pois nem todas as mortes são divulgadas.
O ano com mais acidentes fatais foi 2017, quando houveram 24 mortes, alta de 140% em relação ao ano anterior.
Sorriso e Canarana, em MT, têm mais casos
Os estados que tiveram mais casos são os mesmos que lideram o ranking de produção de grãos: Mato Grosso (28), Paraná (20), Rio Grande do Sul (16) e Goiás (9). Houveram mortes em 13 estados distintos, em todas as regiões do país.
Sorriso (MT), o município brasileiro com maior valor de produção agrícola — R$ 3,2 bilhões em 2016, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) — foi também o que registrou mais mortes em silos, empatado com a também mato-grossense Canarana, com sete casos cada.
Em outro sistema de contagem, o Ministério Público do Trabalho — braço do Ministério Público da União – registrou 14 mortes de trabalhadores por asfixia, estrangulamento ou afogamento causados por cereais e derivados entre 2012 e 2017.
O levantamento da BBC News Brasil considera todas as mortes por acidente de trabalho em armazéns de alimentos a granel (não empacotados) que foram noticiadas por veículos jornalísticos. Os casos foram pesquisados por meio de sites de busca, em mídias sociais e no YouTube. (Fonte: UOL)