Debaixo de um sol escaldante trabalhadores, estudantes, representantes de vários sindicatos, partidos politicos e profissionais liberais participaram nesta terça-feira, em frente da agência central, na praça da República, em Cuiabá, do ato em defesa dos Correios.
O termômetro da praça media 36 graus. As manifestações aconteceram em todo país. O ato aconteceu entre meio dia e 14h30 e reuniu centenas de manifestantes.
Organizado em Mato Grosso pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintect-MT) e pela central Intersindical, o ato, segundo o presidente do Sintect-MT, Edmar Leite, “é uma tentativa de abertura de diálogo com o governo federal para que o projeto de privatização da empresa pare de tramitar e seja retirado” da pauta de votação.
A estudante Julian Tacanã, do movimento popular “Nós do Renascer” disse que a luta dos trabalhadores dos Correios não é “só por postos de trabalhos, mas principalmente pela manutenção da estrutura de um Estado que atenda a população”.
Gloria Maria Grández Muñoz, falou em nome da deputada federal Rosa Neide, “esta é uma luta da sociedade brasileira”. Ela destacou que não é apenas em defesa dos Correios, “é uma defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras desse país, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais”. A deputada Rosa Neide tem se afirmado como defensora dos Correios 100% público.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Sinetran/MT), Lucas Póvoas Jucá Corrêa Lima, lembrou que os Correios é responsável pela integração do país, de norte a sul, leste a oeste e centro-oeste.
A juventude também esteve presente, e deixou o recado, “estamos construindo nossa agenda a partir da agenda dos trabalhadores porque sabemos que o futuro depende da defesa de politicas publicas para todos”, disse o representante do Diretório Central dos Estudantes da UFMT (DCE/UFMT), Ian.
O presidente do Sintect-MT, Edmar Leite, lembrou mais uma vez que a defesa dos Correios deve ser uma luta de todos, pois, segundo ele. “se empresa for privatizada, os trabalhadores perdem, mas a sociedade também”.
Segundo Edmar Leite, só sete pais no mundo tem empresa privada. Até os EUA uma das maiores economias do mundo, mantém os Correios Público com mais de 500 mil funcionários.
Para Edmar, se privatizar não terá Correios em todos os municípios. Hoje os Correios tá presente nos 5.570 municípios e ainda dá lucro. Em 2020 o lucro foi de mais de um 1,5 bilhão de reais. O lucro só acontece em 324 municípios, e como os Correios é uma empresa publica que não visa lucro, faz o subsídio cruzado isso significa que os locais que dão lucro custeiam as pequenas cidades.
Para especialistas a saída para resolver os problemas com o serviço postal do país não é privatizar, mas investir na empresa e em pessoal.
O último concurso foi realizado em 2011. O déficit de pessoal é grande por isso os serviços são lentos. Já foram em torno de 126 mil hoje são apenas 99 mil. Em Mato Grosso já foram 1.800 hoje são um pouco mais de mil trabalhadores.