A arrancada do Flamengo no Campeonato Brasileiro foi interrompida de maneira frustrante no Maracanã. O Rubro-Negro perdeu por 3 a 0 na noite desta quarta-feira – marcaram pra o Atlético-MG Paulinho, Edenílson e Rubens.
Diante de 65 mil pessoas no estádio, o Flamengo não foi páreo para o Galo, no duelo entre Tite e Luiz Felipe Scolari, dois velhos conhecidos que protagonizaram cena bonita com abraço antes da partida. Tite colocou para fora o sentimento com o resultado negativo.
– (Sensação de) carne queimada. Dói. Também criei expectativa. Sou ser humano. Na medida que a equipe cresceu e teve resultados, claro, cresceu a minha expectativa. Estou chatedo, sim, mas isso é do jogo. Eu tenho parcela, sim, não vou me isentar. Cada um tem a sua responsabilidade. A derrota foi contra um adversário direto, mas é preciso ter discernimento para entender tudo. (Fiquei) muito sentido – admitiu Tite, durante entrevista coletiva.
O treinador reconheceu a superioridade do adversário no duelo direto pela disputa do título Brasileiro.
– O Atlético-MG fez um grande jogo, e nós estivemos abaixo. Eu, enquanto técnico, abri (o time) e decidi por essa descompactação, com as modificações, para buscar o resultado. O jogo poderia decidir uma possibilidade de título. O poderio da equipe teve a influência do técnico. Foi em cima de um contexto. Não podemos desmerecer o Atlético-MG, que foi muito efetivo. Fez o segundo gol no começo do segundo tempo. Todos os momentos são decisivos, mas esses iniciais são cruciais – comentou Tite.
Ao lado do filho e auxiliar Matheus, Tite pontuou outras fases do jogo e considerou que o Flamengo poderia ter melhor sorte caso tivesse sido mais efetivo.
– São diversos momentos do jogo. Se for pegar etapas, a gente teve a oportunidade de sair na frente. Eles foram efetivos. A gente teve outras chances e não fez. Então, eram duas grandes equipes e isso fez a diferença – afirmou o técnico.
Nas últimas duas rodadas, o time carioca enfrenta o Cuiabá, no domingo, 16h, novamente no Maracanã, e depois pega o São Paulo, no Morumbi, às 21h30, na quarta-feira.
Paz com Felipão
Depois de muitos anos sem se falar, Tite cumprimentou Felipão e mostrou gratidão pelo treinador. Eles estavam com relação estremecida. O treinador do Flamengo aproveitou para lembrar do início da carreira e fazer agradecimento ao conterrâneo gaúcho.
– Eu falei para ele três vezes: “Muito obrigado”. No início da minha carreira, fui buscar nele informações e conhecimentos. Imaginava um dia ter o nível de Felipão, Luxa, Nelson Baptista, que são referências nacionais. Então agradeci a ele – contou o treinador.
Sobre a mudança do intervalo, com Wesley no lugar de Matheuzinho, o treinador explicou o que pretendia para virar a partida.
– Em termos táticos, (coloquei) Wesley para dar amplitude pelo lado. Bruno Henrique, para ser jogador de área juntamente com Pedro, igual fizemos contra o Bragantino. Everton aberto pelo outro lado. E dois no meio para ter articulação. Everton Ribeiro entrou para dar criação. Foram essas as ideias – justificou.
Mais da coletiva de Tite:
Título ainda é possível?
– Vou falar o que eu sinto, o lado emocional. Não pensei que a atmosfera do Flamengo teria tanta energia. Hoje eu vi a equipe perdendo, e a arquibancada vocês viram. O time tentou até o final, algumas vezes descompactado. Mas não teve loucura, não teve expulsão. Eles deixaram tudo dentro do campo. Tiveram a intensidade e buscaram. Sim, teve desorganizado e muitos cruzamentos. Apressamos muito. Me senti orgulhoso de estar técnico do Flamengo e ver o torcedor cantando com tamanho orgulho do seu time. Eu olhava e sentia orgulho. Foi um apoio incondicional. Não peguem só uma parte dessa resposta, contextualizem. É óbvio que o torcedor está triste pela derrota e brabo com o treinador e os jogadores. Mas quando a torcida mostra o orgulho do seu time, é bonito.
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– É preciso ter consciência da vitória do adversário, que teve méritos e consistência. Temos de ter consiência de que podemos produzir mais no aspecto tático e individual. E temos de ser efetivos. Converter as oportunidades. Domingo, o jogo é muito importante. (GE)