Técnico do Corinthians, Tiago Nunes disse que a equipe apresentou evolução em relação aos últimos jogos no empate com o Novorizontino, neste sábado, fora de casa. O treinador ainda fez duras críticas ao gramado do estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte.

– Primeiro, eu entendo que nós evoluímos, sim, até pelo contexto do jogo. Não tem bola no chão. O gramado estava em péssimas condições. E, pela característica do adversário, era jogo de ligação. Vencemos os duelos defensivos, é um jogo que não dá para saber onde a bola vai cair. Se é um jogo jogado num gramado melhor, com adversário com mais jogo propositivo, que é natural no nível do Corinthians, de Série A, isso se torna mais franco, mais técnico – analisou.

Com o resultado, o Timão se manteve na lanterna do Grupo D do Campeonato Paulista. Mesmo assim, o treinador, além de citar a cobrança interna por vitórias, disse que a equipe ainda fará por merecer a classificação à próxima fase do estadual.

– O Corinthians dá tudo para o técnico trabalhar, tudo para o jogador trabalhar. E a gente está no caminho. Temos que ter uma sequência de resultados. Nossa distância para os líderes é pequena ainda e vamos fazer por merecer a classificação. Esperamos vencer. O Corinthians tem obrigação de vencer sempre. Nós temos isso claro. Isso é cobrado internamente, também. E não tem outra solução a não ser continuidade. Entender cada jogo, mas sem perder o norte. Só a continuidade nos dá tranquilidade para executar isso.

– Primeiro discurso depois do aquecimento foi de que não dava para tocar a bola, que o gramado estava ruim, e você sendo um time que tenta trocar passes, fica difícil, eles não tocam a bola, para eles não faz diferença isso. Minha preocupação é, se nas maiores ligas do mundo todo mundo molha o gramado, tem uma razão, para dar velocidade, para a bola rolar. Isso fica prejudicado para o jogador de excelência, que passa como perna de pau – ponderou.

– Isso não é para tirar mérito do Novorizontino, que tem méritos, mas para ter excelência, temos que trabalhar no mais alto nível. Foi a primeira vez que teve um jogo num gramado assim aqui, sempre foi bom aqui. Não imaginávamos que ia ser assim, imaginávamos que seria um jogo físico, até por isso colocamos o Carlos e o Gabriel, e dois jogadores velozes para aproveitar o contra-ataque. Os jogadores de velocidade deles também teriam que acompanhar os nossos, seria mais franco.

Melhores momentos de Novorizontino 1 x 1 Corinthians pela 9ª rodada do Campeonato Paulista

Veja outros pontos da entrevista coletiva do treinador:

Convencer a torcida

“Se eu tentar, como já falei, num gramado ruim, onde a bola fica viva, num tem jogo, num gramado seco e alto a bola não gira com velocidade, num jogo técnico, de circulação, de velocidade, faz diferença. Não tô isentando a responsabilidade, temos que vencer sempre, temos que ter a qualidade para superar isso, mas vou repetir, o Novorizontino é um dos líderes, jogar aqui é duro, não tem circulação, é um jogo duro. Mesmo assim foi parelho, saímos na frente, tomamos empate num lateral, como vou adivinhar onde cairá a bola? Quem tá dentro do contexto entende o que é importante para vencer ou não. Minha convicção é no trabalho e a diferença do sucesso com o não sucesso são os três pontos.”

Reforços

“A gente está buscando, temos atletas no DM ainda, caso do Ramiro, do Yoni, caras que tem que chegar numa boa condição, que tem potencial para serem titulares. Internamente estamos buscando jogadores, e atentos ao mercado, se tiver oportunidades de jogadores de alto nível que cheguem para chegar jogando, provavelmente vamos buscar.”

Alterações

“Sobre jogadores, não tem a ver com convicção, mas sim com características, eles estão treinando bem, mostram no dia a dia que tem qualidade e merecem oportunidade. Sabendo que era jogo de velocidade, optamos pelo Carlos, que tem imposição física, que vence no alto, que tem 1 x 1 bom e foi bem ofensivamente.”

“Como utilizamos dois jogadores de velocidade pelos extremos, e não tínhamos alguém assim no banco, peguei o Araos que se destacou nos treinos, para poder vir de fora para dentro, para tentar usar o chute de fora de área. O treinador tem que entender o jogo, os jogadores que tem na mão, e tentar complementar uma coisa na outra.”

Relação com elenco e dificuldades

“Olha, quando a gente entende que empate é negativo pensando no Corinthians, tem que entender o porquê disso acontecer. A gente conversa com os jogadores para a gente compartilhar tudo, as cobranças, os acertos. Externamente a gente vive num teatro, parece que a gente vem aqui interpretar, são todos experientes no grupo. Se a gente fosse líder, o empate seria bom. A gente sabe que a obrigação era a vitória. O discurso muda rápido no futebol, com uma vitória isso muda, às vezes até em 45 minutos tudo muda. Meu foco é o próximo jogo e estou fechado com o grupo que também está comigo, tem sido muito fiéis comigo.”

Lidar com pressão

“Do jeito que estou aqui, de cara limpa, conversando com vocês, da mesma forma que falo com os jogadores. Claro que estando num grande clube tem pressão por resultados. Temos grande exemplos de equipes que não começam bem em transformações, como estamos vivendo, e terminam bem. É algo ruim de administrar, mas que nosso dia a dia é tranquilo e nossas convicções são as mesmas.”

Tempo para treinar e desempenho abaixo

“O desempenho foi compatível com o que o jogo apresentou. Um jogo de primeira e segunda bola, gramado ruim, com a bola sempre batendo na canela, não sei o que a federação fala de molhar gramado, porque fica lento, devagar, e pára um time que quer ser técnico, atrapalha. A gente precisa vencer, o corintiano que vencer. Temos que levar em conta que o Novorizontino não perdeu ainda, e parece que jogamos com uma equipe desprezível, e não. Mas se tratando de Corinthians tem que vencer.” (Globo Esporte)