Carlos Tevez tem um passado vitorioso no Brasil, campeão nacional pelo Corinthians, em 2005. Apesar disso, ao recordar sua chegada ao clube paulista, em entrevista a “TYC Sports” nesta sexta-feira, o atacante traçou uma comparação pouco agradável entre argentinos e brasileiros.

Os brasileiros são bons, mas eu gosto de ganhar e, para eles, às vezes não faz diferença. É por isso que tive problemas algumas vezes. Entrar no vestiário do Corinthians foi como entrar em uma cadeia.
— Tevez

— Meu primeiro vestiário no Boca foi com grandes ídolos. No Brasil foi totalmente diferente. O início foi duro. Depois, quando viram que eu continuava, que ficaria com eles, e que começamos a ganhar mais dinheiro, coloquei eles no bolso — afirmou.

Pelo Corinthians, Tevez fez 76 jogos e marcou 46 gols, entre 2005 e 2006, antes de ser negociado com o West Ham, onde começou sua carreira de sucesso na Europa. Desde 2015, o jogador retornou ao Boca Juniors – com um breve hiato em 2017, quando passou pelo Shangai Shenhua, da China.

O camisa 10 esteve em campo nos dois jogos contra o Santos, pela semifinal da Libertadores, e ainda cita a eliminação com tristeza.

— Doeu demais. Primeiro como jogador e depois como torcedor. Dói em dobro para mim, porque você pode fazer as coisas que o torcedor, vendo pela televisão, não pode fazer. Me sinto responsável por não ter conseguido tirar o melhor dos meus companheiros naquele momento.
— Tevez

— Sabíamos que alguma coisa havia se quebrado no grupo. A gente não conseguia se olhar, porque não fizemos o que tínhamos que fazer, o que tinha sido treinado — diz.

Revelado pelo Boca Juniors e com mais de 200 partidas pelo clube, Tevez não esconde a frustração com a eliminação porque tem como grande objetivo a conquista de outra Libertadores, para marcar mais uma vez seu nome na história. Ele foi um dos destaques do título do Boca em 2003, justamente sobre o Santos na final.

Santos x Boca Juniors em 2003 com Diego e Tevez — Foto: Ali Burafi/AFP

Santos x Boca Juniors em 2003 com Diego e Tevez — Foto: Ali Burafi/AFP

Tevez também tinha forte ligação com Maradona, morto em novembro do ano passado. Ele revelou como foi a última conversa que teve com o ídolo.

— A última conversa com Diego foi bem aqui (na casa de Tevez). Fizemos uma chamada de vídeo porque ele queria me cumprimentar. Começamos a conversar um pouco, falamos sobre a vida, sobre nós, como estávamos. Acabou que tirei uma captura de tela dessa chamada e agora fico arrepiado, porque eu estava bem aqui.

Tevez tira a camisa de 2020 para exibir a de 1981, presente de Maradona, e prestar homenagem ao craque em jogo contra o Inter — Foto: Silvio Avila/EFE

Tevez tira a camisa de 2020 para exibir a de 1981, presente de Maradona, e prestar homenagem ao craque em jogo contra o Inter — Foto: Silvio Avila/EFE  (Globo Esporte)