O técnico Fábio Carille relembrou, nesta terça-feira, a filosofia de trabalho do Corinthians na fase vencedora recente, da qual ele fez parte. Na sequência, Carille não citou o Timão diretamente, mas afirmou que, ao contratar um treinador, um clube precisa levar em conta as características do elenco que possui.
A declaração do treinador acontece em um momento em que o Corinthians enfrenta dificuldades para mudar o modelo de jogo da equipe. Contratado para comandar esta reformulação, Tiago Nunes acumulou resultados ruins: quatro vitórias, cinco empates e cinco derrotas, sendo eliminado na primeira fase da Libertadores e sofrendo sério risco de ficar fora da fase final do Paulista.
– Eu participei no Corinthians de um modelo de jogo, implantado pelo Mano em 2008. Eu cheguei em janeiro de 2009, fiquei mais de dez anos. Dentro das condições do Corinthians, eram contratados jogadores para aquele modelo de jogo. Participei diretamente ou indiretamente de 12 títulos, três Brasileiros, Libertadores, Mundial, três ou quatro Paulistas – afirmou Carille, durante um bate-papo virtual com o treinador Péricles Chamusca, promovido pela assessoria de imprensa de ambos.
Na sequência, Carille emendou:
– Muitas vezes, esses clubes na hora de contratar o técnico (precisa) saber contratar o técnico que pense com aquilo que você tem. Não adianta você ter contratado na temporada passada com uma ideia, para um modelo, e no outro ano você traz um técnico completamente diferente daquilo e querer mudar. Tem que ter muito cuidado, porque você pode perder a mão e parece que está tudo errado.
Fábio Carille, ex-técnico do Corinthians — Foto: Ana Canhedo
Carille foi demitido do Corinthians em novembro do ano passado. Em fevereiro deste ano, ele foi anunciado como treinador do Al-Ittihad, da Arábia Saudita.
Na mesma transmissão, Carille elogiou o trabalho de treinadores estrangeiros no Brasil, como Jorge Jesus e Jorge Sampaoli, mas destacou que “técnico bom também precisa de um elenco bom.” (Globo Esporte)