A taxa de desocupação de Mato Grosso foi de 10,3% no quarto trimestre de 2020, uma alta de 3,9 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2019. No terceiro trimestre de 2020, a taxa havia sido de 9,9%.
No Brasil, a taxa foi de 13,9% de outubro a dezembro de 2020, enquanto que de julho a setembro, era de 14,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (10-3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a PNAD Contínua, o número de ocupados em Mato Grosso subiu de 1.602 mil, do terceiro trimestre de 2020, para 1.660 mil, no quarto trimestre do mesmo ano. Houve, portanto, uma alta de 3,6% no número de ocupados. O número de desocupados ficou estável, passando de 176 mil para 190 mil na mesma comparação. Em relação ao quarto trimestre de 2019, quando havia no estado 1.693 mil ocupados e 116 mil desocupados, houve um acréscimo de 64,9% no total de desocupados em um ano.
Mato Grosso tinha ainda 983 mil pessoas fora da força de trabalho no quarto trimestre de 2020, contra 1.019 mil no trimestre anterior e 906 mil no quarto trimestre de 2019. O número de empregados do setor privado (exclusive trabalhador doméstico) sem carteira aumentou 19,7% de outubro a dezembro de 2020 (178 mil) na comparação com o período de julho a setembro de 2020 (149 mil).
O estudo aponta ainda que o número de trabalhador doméstico teve queda de 18,9% na comparação do quarto trimestre do ano passado, quando era de 94 mil, para o mesmo trimestre de 2019, quando era de 116 mil. A maior perda foi entre os trabalhadores domésticos com carteira, de 26,4% na comparação.
Por outro lado, os trabalhadores do setor público tiveram alta de 17,8% do quarto trimestre de 2019 para o de 2020, passando de 195 mil para 230 mil. A maior alta, de 35,3%, foi entre os militares e funcionários públicos estatutários, que aumentaram de 124 mil para 168 mil no mesmo período.
Em relação aos grupamentos de atividade do trabalho principal, todos os setores tiveram estabilidade entre o terceiro e o quarto trimestre de 2020.
Na comparação de outubro a dezembro de 2019 para 2020, o setor de alojamento e alimentação (queda de 24,7%) e indústria geral (queda de 22,5%) tiveram as maiores perdas, seguida por serviços domésticos (queda de 16,2%).
A taxa composta de subutilização da força de trabalho das pessoas de 14 anos ou mais (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 17,5% em Mato Grosso no quarto trimestre de 2020. No trimestre anterior, era de 18,7% e, no quarto trimestre de 2019, de 12,9%.
O total de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas foi de 70 mil no quarto trimestre de 2020, contra 67 mil no terceiro trimestre e 54 mil no quarto trimestre de 2019. São as pessoas com jornada de trabalho inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar mais horas e estão disponíveis.
De acordo com o estudo, o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas ficou estável nas comparações: passou de R$ 2.407, no quarto trimestre de 2019, para R$ 2.551, no terceiro trimestre de 2020, e para R$ 2.505, no quarto trimestre de 2020.
O total de desalentados — as pessoas que desistiram de procurar trabalho no período pesquisado, por acharem que não encontrariam — caiu 25,9% em Mato Grosso na comparação do quarto trimestre para o terceiro: foi de 36 mil para 27 mil.
Em relação ao quarto trimestre de 2019, quando era de 34 mil, houve estabilidade.
Na retrospectiva entre 2012 e 2020, a taxa de desocupação do estado passou de 5,5% para 9,7%, uma alta de 76,8%. A população desocupada foi de 87 mil para 176 mil, um aumento de 103,2%. O total de trabalhador doméstico foi de 99 mil para 104 mil, uma variação de 4,8%.
Já o número de empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) passou de 190 mil para 217 mil. Os empregados por conta própria passaram de 334 mil para 449 mil na comparação, um acréscimo de 34,4%.
O setor com o maior crescimento de empregos foi o de Transporte, armazenagem e correio (de 66 mil para 79 mil), com 2,5%, seguido por Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (de 298 mil para 341 mil), com 14,2%. A Indústria caiu 13,6 no período (de 165 mil para 143 mil).
Desocupação recua em cinco das 27 UFs no quarto trimestre de 2020
A taxa de desocupação do país no 4° trimestre de 2020 foi de 13,9%, caindo 0,7 ponto percentual (p. p.) em relação ao trimestre de julho a setembro de 2020 (14,6%) e aumento de 3,0 p. p. frente ao mesmo trimestre de 2019 (11,0%). Já a taxa média anual brasileira subiu de 11,9% em 2019 para 13,5% em 2020, a maior da série.
Frente ao trimestre anterior, a taxa de desocupação caiu em cinco unidades da federação, com estabilidade nas demais. As maiores quedas foram em Roraima (4,2 p. p.) e Maranhão (2,5 p. p.). As maiores taxas de desocupação foram as de Alagoas e Bahia (20,0% em ambos), Rio de Janeiro (19,4%) e Pernambuco (19,0%) e as menores em Santa Catarina (5,3%), Rio Grande do Sul (8,4%), Mato Grosso do Sul (9,3%) e Paraná (9,8%), as únicas abaixo de 10,0%.
A taxa de desocupação por sexo foi de 11,9% para os homens e 16,4% para as mulheres no 4° trimestre de 2020. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (11,5%) e acima para os pretos (17,2%) e pardos (15,8%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto, 23,7%, era superior à dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi 16,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo, 6,9%.
Entre as taxas médias anuais de desocupação, as maiores foram observadas na Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%) e Sergipe (18,4%) e as menores em Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%), Paraná (9,4%) e Mato Grosso (9,7%).
No 4° trimestre de 2020, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 28,7%. Piauí (46,7%) apresentou a maior taxa, seguido por Alagoas (46,6%), Maranhão (44,7%) e Bahia (44,6%), todas acima de 44%. Já as menores taxas ficaram com Santa Catarina (10,8%), Mato Grosso (17,5%), Rio Grande do Sul (18,7%) e Paraná (19,3%).
A taxa média anual de subutilização para o Brasil ficou em 28,1%. Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas ficaram com Piauí (46,4%), Alagoas (45,1%) e Maranhão (44,9%) e as menores com Santa Catarina (11,8%), Mato Grosso (17,7%), Paraná (18,9%) e Rio Grande do Sul (19,0%), as únicas abaixo de 20,0%.
O número de desalentados no 4° trimestre de 2020 foi de 5,8 milhões de pessoas. O maior número estava na Bahia (813 mil desalentados, ou 14,0% do contingente nacional). O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no 4º tri de 2020 foi de 5,5%. Maranhão (20,7%) e Alagoas (18,4%) tinham os maiores percentuais, Mato Grosso (1,4%), Santa Catarina e Distrito Federal (ambos com 1,5%), os menores.
O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada era de 75,0% dos empregados do setor privado. Os maiores percentuais estavam em Santa Catarina (87,9%), Paraná (85,3%), Rio Grande do Sul (83,9%) e Rio de Janeiro (81,1%) e os menores no Maranhão (48,5%), Pará (51,4%) e Piauí (52,0%).
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 27,0%. Os maiores percentuais foram do Amapá (36,7%), Maranhão (34,3%) e Amazonas (34,2%) e os menores, do Distrito Federal (20,0%), São Paulo (23,2%) e Alagoas (23,8%).
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 39,5% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (60,3%,) Pará (59,6%) e Piauí (59,1%) e as menores, com Santa Catarina (27,8%), Distrito Federal (28,5%) e São Paulo (30,1%).
A taxa média anual de informalidade para o país foi de 38,7% da população ocupada. As maiores taxas médias anuais ficaram com Pará (59,6%), Maranhão (59,0%) e Amazonas (57,3%) e as menores, com Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,6%).
Com pandemia, 20 estados têm taxa média de desemprego recorde em 2020
A taxa média de desocupação em 2020 foi recorde em 20 estados do país, acompanhando a média nacional, que aumentou de 11,9% em 2019 para 13,5% no ano passado, a maior da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul do país. Esses resultados decorrem dos efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o mercado de trabalho.
Em 2020, as maiores taxas de desocupação ficaram com Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%), enquanto as menores com Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%).
No intervalo de um ano, a população ocupada reduziu 7,3 milhões de pessoas no país, chegando ao menor número da série anual (86,1 milhões). Com isso, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%.
Em 15 estados, sendo todos do Nordeste, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% no ano passado. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas. O Rio de Janeiro também aparece nessa lista, apenas 45,4% tinham um trabalho. Já Mato Grosso foi o estado com maior nível de ocupação (58,7%) no ano passado.
Essa queda da ocupação foi disseminada por todos os trabalhadores. A taxa média de informalidade também recuou, passando de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, somando ainda 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Nas regiões, a taxa média nacional de informalidade foi superada em 19 estados, variando de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50% e apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, lembrando que informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia.