O ex-governador Pedro Taques respondeu às acusações de perseguição alegadas pelo empresário Josino Guimarães durante o segundo júri que enfrenta como acusado de mandar matar o juiz Leopoldino Marques do Amaral, na Justiça Federal, em Cuiabá.
“Fiz a denúncia, o juiz federal recebeu, o TRF (Tribunal Regional Federal) manteve, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve, o STF (Supremo Tribunal Federal) manteve, mais de uma vez. Em 2000, 2001, havia elementos para a denúncia, não acompanhei mais o caso. Não conheço o processo, não fiz a instrução processual, não posso dizer se existe prova pra condena. Uma denúncia não significa que o cidadão seja culpado. Pra isso existe o processo, com contraditório, ampla defesa, e o Judiciário pra decidir”, disse.
Taques reforçou que a investigação foi feita pela Polícia Federal à época, “não eu”, acrescentou. “Em razão desse caso e de suas repercussões, eu e minha filha ficamos mais de 10 anos com escolta policial. Muitos se esquecem disso”.
O réu afirmou que “isso tudo é coisa do Taques”, afirmando que o ex-procurador queria que ele entregasse os magistrados envolvidos em um suposto esquema de venda de decisões. Leopoldino era um dos juízes envolvidos no caso, sendo que Josino atuava supostamente como um “mediador” na venda de decisões.
Segundo a Polícia Federal, o corpo do juiz Leopoldino Marques do Amaral foi encontrado morto numa vala ao lado de uma estrada de terra que liga as cidades de Loreto e Concepción, no dia 7 de setembro de 1999.
Ele foi assassinado com dois tiros na cabeça e havia sido visto com vida pela última vez dois dias antes, em um hotel em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
O magistrado havia denunciado, naquele mesmo ano, um esquema de venda de sentenças envolvendo desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). As denúncias foram encaminhadas também à CPI do Judiciário, do Senado Federal, em julho de 1999.