Brasileira bate pela segunda vez recorde mundial do lançamento de disco

– Estou focada para chegar em Tóquio e fazer o meu melhor. Seja a minha melhor performance ou a tão sonhada medalha, seja ela de qualquer cor. Eu estou trabalhando muito para trazer a dourada para nosso país – afirmou Beth Gomes, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993.

Campeã do último Mundial de atletismo, realizado em Dubai, em 2019, com lançamento 16,89m, Beth Gomes quebrou o próprio recorde pela primeira vez na última terça-feira, quando lançou o disco por 16,92m. Já neste sábado, a atleta de 56 anos alcançou na sua quinta tentativa a marca impressionante de 17,41m, estabelecendo novamente o novo recorde mundial da sua classe na modalidade.

O índice paralímpico da prova era de 14,93m. No caso de Beth, ela não vai precisar aguardar a homologação dos resultados no ranking mundial e a convocação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que deve ocorrer até a segunda semana de julho, para assegurar a vaga. Isso porque ela, ao vencer o Mundial de atletismo, já tinha carimbado o passaporte para Tóquio.

Os demais atletas, que não foram campeões mundiais, precisarão aguardar por esse processo. É o caso do gaúcho Aser Mateus Almeida, que conseguiu superar o índice paralímpico por um centímetro neste sábado pelo salto em distância na classe T36. Ele saltou 5,66m, enquanto 5,65 era o pré-estabelecido.

A marca obtida pela classe voltada a atletas com sequelas físico-motora devido à lesão encefálica foi também o novo recorde das Américas – superou os 5,62m de Rodrigo Parreira da Silva atingidos em 2016.

– Bater esse índice é a realização de um sonho. Por tanto que eu vinha treinando ao lado do meu treinador, sabíamos que iríamos alcançar esta marca. Foi incrível, todo atleta gostaria de estar aqui (na seletiva). Indescritível a emoção que estou sentindo – compartilhou Aser Mateus.

A segunda fase da seletiva contou ainda com as provas de lançamento de dardo, arremesso de peso, salto em altura, além das provas de meio e fundo de 1.500m e 5.000m. No total, 59 atletas participaram destas disputas, com a presença de campeões mundiais e alguns índices batidos nas provas de campo e pista.

– A maior satisfação que tivemos neste momento foi esta oportunidade de colocar os atletas em ritmo de competição. Depois de todas as dificuldades que eles passaram de treinamento durante a pandemia, para conseguirem chegar a uma performance mais próximas do que eles estavam antes, foi muito importante vê-los em ação novamente. As seletivas de atletismo transcorreram conforme o que tínhamos planejado – afirmou Alberto Martins, diretor técnico do CPB. (Globo Esporte)