A Superliga Feminina se encaminha para a sua fase mais decisiva. Foram quase quatro meses de jogos em um cenário tenso de pandemia, com times desfalcados de jogadoras por Covid-19 e ginásios sem torcidas. Sem um campeão na edição passada, a temporada 2020/2021 foi de superação. Os 12 times se enfrentaram em fase de turno e returno, às vezes tendo de mandar suas partidas em local neutro para respeitar todos os protocolos de saúde.

Mas quatro times chegaram às semifinais e, a partir desta sexta-feira, vão disputar a série melhor de três jogos em sede única, na bolha formada no CT de Saquarema. Dono da melhor campanha na fase de classificação, o Minas vai enfrentar o Sesi Bauru. Já o Praia Clube terá pela frente o tradicional Osasco.

O jogo que abrirá a semifinal será entre Osasco e Praia Clube, às 19h. No segundo jogo, marcado para as 21h30,Minas e Sesi Bauru entrarão em quadra. O SporTV vai transmitir todas as partidas da fase decisiva.

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A BOLHA

CT de Saquarema será a sede da fase final da Superliga - CBV
CT de Saquarema será a sede da fase final da Superliga – CBV

A proposta de sede única foi feita pela Confederação Brasileira de Voleibol ainda na fase de quartas de final, mas os clubes negaram e optaram por jogar em seus ginásios. Após novas restrições por causa da pandemia, com barreiras sanitárias e toque de recolher em muitos estados, a CBV retomou a oferta para a disputa das semifinais e finais. Desta vez, os clubes aceitaram e um novo formato foi acordado para maior eficácia dos protocolo médicos.

As mulheres serão as primeiras a chegarem no CT de Saquarema. Depois das disputas da fase semifinal, os dois times que perderem saem da bolha e os vencedores ficam para a decisão nos dias 2, 4 e 6 de abril. Finalizada a Superliga Feminina, entram em ação os times masculinos. A semifinal ficou marcada para os dias 7, 10 e 12 de abril. A disputa pelo título será nos dias 14, 16 e 18 de abril.

OS DUELOS

Osasco x Praia Clube

O Osasco é o clube mais tradicional do vôlei feminino do Brasil e dono de 5 títulos da Superliga. Durante a temporada, o time sofreu com baixas por Covid-19. Ficou desfalcado por alguns dias das principais jogadoras do elenco e do técnico Luizomar de Moura, que chegou a ser internado na UTI por 11 dias. Finalista nas duas últimas edições da Superliga e campeão em 2017/2018, o Praia Clube conseguiu manter o elenco íntegro na fase de classificação.

As equipes se enfrentaram quatro vezes na temporada. O Osasco levou a melhor nos duelos válidos pela Superliga. No primeiro turno, vitória por 3 sets a 2 e no segundo, 3 sets a 0. Já o Praia Clube venceu os confrontos pelas semifinais do Troféu Super Vôlei e da Copa Brasil, respectivamente, por 3 sets a 1 e 3 sets a 0.

Osasco e Praia em um dos confrontos da temporada - CBV
Osasco e Praia em um dos confrontos da temporada – CBV

Minas x Sesi Bauru

Celeiro de grandes nomes e tricampeão da Superliga, o Minas foi competitivo durante toda a temporada. Na reta final da fase regular, a oposto Dani Cuttino rompeu parcialmente os ligamentos do tornozelo direito e pode desfalcar a equipe nas semifinais. Apesar de não ter sido um caso para cirurgia, também não foi uma torção leve.

O Sesi Bauru passa pelo mesmo problema. Nas quartas de final, a ponteira búlgara Dobriana Rabadzhieva sofreu uma lesão no menisco do joelho direito e pode não jogar as semifinais. Durante a temporada, a equipe teve de superar uma série de desfalques por Covid-19, incluindo o afastamento do técnico Rubinho que chegou a ser hospitalizado.

As equipes se enfrentaram três vezes na temporada. Todas com vitória do Minas. Em jogos da Superliga, as mineiras fizeram 3 sets a 1 no turno e no returno. Pela semifinal da Copa Brasil, mais um triunfo pelo placar de 3 sets a 1.

Minas e Sesi em um dos confrontos da temporada - CBV
Minas e Sesi em um dos confrontos da temporada – CBV

OS NÚMEROS

Minas
Fez a melhor campanha na primeira fase, com 21 vitórias e apenas uma derrota. Tem na central Thaisa o melhor percentual de ataque da Superliga com 57%, além do segundo melhor bloqueio com 96 acertos.

Sesi Bauru
Ficou em quarto na tabela de classificação, com 17 vitórias e cinco derrotas. A oposta Polina é a maior pontuadora da competição com 398 pontos e a maior sacadora com 30 aces.

Praia Clube
Foi o terceiro colocado na fase regular, com 16 vitórias e 6 derrotas. Único time das semifinais com duas jogadores no top10 de maiores pontuadoras. Brayelin Martinez em 7º com 299 acertos e Fernanda Garay em 10º, com 294.

Osasco
Teve 17 vitórias e cinco derrotas, fechando os jogos classificatórios na segunda posição. A central Mayany é a melhor bloqueadora com 104 pontos e a líbero Camila Brait tem a melhor percentual na recepção com 79%.

OS DESTAQUES

Minas

A central Thaisa é a força do Minas. Eficiente no ataque, no bloqueio e no saque. A bicampeã olímpica está fazendo uma temporada impressionante, sendo apontada pelos especialistas como o principal nome da competição. Outro destaque do time mineiro é o entrosamento entre a levantadora Macris e a central Carol Gattaz. Juntas há três temporadas, elas jogam por música e dificultam demais a vida dos adversários.

Thaisa é a jogadora mais experiente do Minas - CBV
Thaisa é a jogadora mais experiente do Minas – CBV

Sesi Bauru

A trinca de gringas é o grande destaque do Sesi Bauru. A oposta Polina Rahimova, a líbero Brenda Castillo e a ponteira Dobriana Rabadzhieva desequilibram em qualquer partida. No entanto, a ponteira búlgara se machucou no terceiro jogo das quartas de final contra o Sesc-Flamengo e pode desfalcar o time nas semifinais.

Polina é a jogadora mais alta do time do Sesi Bauru - CBV
Polina é a jogadora mais alta do time do Sesi Bauru – CBV

Praia Clube

A holandesa Anne Bujs esteve fora das quartas de finais por Covid e ficou nítida a falta que fez no time, principalmente no primeiro jogo contra o São Paulo/Barueri. Ela é fundamental na virada de bola. No entanto, é impossível não mencionar a ponteira Fernanda Garay. A campeã olímpica vive grande fase e tem decidido jogos importantes para o Praia. Altas e fortes, as irmãs Brayelin e Jineiry Martinez fazem a diferença.

Fernanda Garay é a líder da equipe do Praia - CBV
Fernanda Garay é a líder da equipe do Praia – CBV

Osasco

Tandara voltou ao Osasco pela quarta vez e fez o que sabe de melhor: atacar. Com sua pancada, a campeã olímpica resolve qualquer situação de dificuldade. A líbero Camila Brait, a melhor na posição em toda a competição, dá volume de jogo ao time. A central Mayany está fazendo uma grande Superliga, sendo a segurança da equipe no meio de rede.

Tandara tem um dos ataques mais fortes da Superliga - CBV
Tandara tem um dos ataques mais fortes da Superliga – CBV

O QUE ELAS FALAM

“Vamos pegar o Sesi Bauru, que é muito perigoso. Temos de manter o mesmo nível de jogo que mantivemos até agora.”

Nicola Negro, técnico do Minas

“A expectativa para a semifinal contra o Minas é a de uma série bem difícil, mas a gente acredita no nosso potencial.”

Rubinho, técnico do Sesi Bauru

“Estamos preparadas e esperamos jogos difíceis e decididos nos detalhes. O trabalho coletivo será muito importante.”

Claudinha, levantadora do Praia Clube

“Acredito nas chances de Osasco e vamos, unidas em quadra, dar o máximo para conquistar mais uma Superliga.”

Camila Brait, líbero do Osasco

BORA ANOTAR NA AGENDA

Primeira rodada

Dia 26 de março
19h – Osasco x Praia Clube
21h30 – Minas x Sesi Bauru
Com transmissão do SporTV2

Segunda rodada

Dia 28 de março
19h – Praia Clube x Osasco
21h30 – Sesi Bauru x Minas
Com transmissão do SporTV2

Terceira rodada

Dia 30 de março
16h30 – Osasco x Praia Clube
19h – Minas x Sesi Bauru
Com transmissão do SporTV2

(Globo Esporte)