A Polícia Civil confirmou, na manhã desta segunda-feira (3), que morreu mais uma pessoa internada por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol relacionadas ao consumo de Backer em Minas Gerais. Agora, são cinco os casos suspeitos. Um já foi confirmado.
João Roberto Borges, de 74 anos, estava no Hospital Madre Teresa, no bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, e morreu nesta madrugada.
Segundo a polícia, o corpo dele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia.
Mortes
A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investiga três mortes por suspeita de contaminação por dietilenoglicol em Minas Gerais; um caso já foi confirmado.
No total, cinco mortes podem estar relacionadas à intoxicação pela substância tóxica dietilenoglicol. A substância foi encontrada em amostras da cerveja Belorizontina, da Backer.
Um caso aconteceu em Pompéu, na Região Centro-Oeste do estado. Trata-se de uma mulher de 60 anos. Ela morreu de insuficiência renal no dia 28 de dezembro. O caso já havia sido notificado pela Secretaria Municipal da cidade e entrou no boletim da Secretaria de Estado da Saúde nesta quinta-feira (16).
Ao G1 familiares da vítima, que não quiseram ser identificados, relataram que antes do óbito, a idosa esteve em viagem a Belo Horizonte no período de 15 a 21 de dezembro onde consumiu a cerveja Belorizontina.
De acordo com a SES, até o momento, um caso foi confirmado por intoxicação provocada pelo dietilenoglicol, substância tóxica usada em resfriamento de serpentinas. Trata-se de Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele morreu na noite de terça-feira (7) no Hospital Santa Casa de Misericórdia em Juiz de Fora., na Zona da Mata.
Ainda não há prazo para conclusão dos laudos referentes aos casos suspeitos.
A ligação entre a síndrome e a contaminação por dietilenoglicol é investigada pela Polícia Civil. Análises feitas pela perícia do Instituto de Criminalística da corporação apontaram a presença da substância em amostras da cerveja Belorizontina. Ela é tóxica e também foi encontrada em exames de sangue de quatro dos pacientes internados em Minas Gerais.
A Backer nega que usa o dietilenoglicol no processo de fabricação. Ele foi encontrado pelo Ministério da Agricultura em um tanque de fermentação e na água usada pela cervejaria.
Resumo:
- Uma força-tarefa da polícia investiga 18 notificações de pessoas contaminadas após consumir cerveja; cinco morreram;
- Os sintomas da síndrome nefroneural incluem náusea, vômito e dor abdominal, que evoluem para insuficiência renal e alterações neurológicas;
- O Ministério da Agricultura identificou vários lotes de cerveja da Backer contaminados com dietileglicol, um anticongelante tóxico;
- A Backer nega usar o dietilenoglicol na fabricação da cerveja;
- A cervejaria foi interditada, precisou fazer recall e interromper as vendas de todos os lotes produzidos desde outubro;
- Diretora da cervejaria disse que não sabe o que está acontecendo e pediu que clientes não consumam a cerveja.
Veja lista das mortes investigadas
- Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro. A morte por síndrome nefroneural causada por dietilenoglicol foi confirmada;
- Antônio Márcio Quintão de Freitas, de 76 anos. Morreu no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, por suspeita de síndrome nefroneural;
- Homem de 89 anos. Não teve a identidade revelada. Morte confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural;
- Mulher de 60 anos. Não teve a identidade revelada. A morte havia sido notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Pompéu, mas só foi confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural;
- João Roberto Sales, de 75 anos. Estava internado no Hospital Madre Teresa, no bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, morreu na madrugada desta segunda-feira (3).