O Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) protocolizou esta semana ofício junto à prefeitura de Cuiabá em que solicita a participação no debate sobre as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). A entidade, que representa as empresas privadas de saúde da Capital, mostra preocupação quanto ao crescente número de pessoas infectadas desde o início de junho, o que consequentemente demandou mais leitos hospitalares – devido ao agravamento da doença -, o que tem exigido mais dos profissionais de saúde e das unidades hospitalares.
Uma das principais preocupações do Sindessmat é com relação à restrição na circulação de veículos, cujo rodízio foi decretado e em seguida revogado pela prefeitura da Capital, e que não excluía expressamente os profissionais de saúde. Segundo a diretora-executiva do sindicato, Patrícia West, o fato de os profissionais de saúde serem incluídos no rodízio prejudicaria ainda mais o atendimento nas unidades de saúde, que já estão convivendo com o absenteísmo de trabalhadores, e dificulta que as unidades atendam com 100% de sua capacidade.
“Uma parcela significativa dos profissionais da área de saúde trabalha em mais de um local e usa o veículo próprio – seja carro ou moto – para se deslocar de casa para o trabalho. Muitos saem de um local de trabalho e precisam estar em outro num curto espaço de tempo. Com a restrição de veículos a eles, o atendimento nos hospitais, clínicas e laboratórios pode ser ainda mais afetado”, comenta Patrícia ao lembrar que restaria aos profissionais o uso do transporte público, o aumentaria a exposição dos profissionais à contaminação.
Patrícia West argumentou que o Sindessmat entende que a prefeitura de Cuiabá quer implementar medidas de distanciamento social. Aproveita o interesse do Executivo em dialogar com as autoridades, e se coloca à disposição para contribuir na elaboração de tais medidas. “Os profissionais de saúde são essenciais no enfrentamento dessa pandemia e devem contar com todo nosso apoio neste momento, já que estão na linha de frente desse combate. Ao adotar medidas mais restritivas para conter a circulação do vírus é necessário que se tenha uma atenção especial ao setor de saúde e aos seus profissionais”.
O Sindessmat reforça que está à disposição da prefeitura de Cuiabá para colaborar com o debate e pode expor principalmente as dificuldades e particularidades da saúde privada no Estado, com objetivo de encontrar soluções mais assertivas para frear a evolução da pandemia.