Um setor que produz mais, melhor e com foco na preservação ambiental. Esta foi a percepção das cerca de 300 pessoas que compareceram à terceira edição do evento “Madeira Sustentável: o futuro do mercado” e puderam conhecer detalhes da cadeia produtiva de base florestal. O evento foi realizado na última quarta-feira (06.11), em Belo Horizonte (MG), e reuniu empresários do setor, arquitetos, engenheiros e profissionais que atuam no setor de base florestal, além de agentes públicos.

O evento, que teve como palco o auditório do Ouro Minas Hotel, foi realizado pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem-MT).

Presidente do FNBF, Frank Rogieri destacou que o evento, em sua terceira edição, faz parte da proposta de levar aos grandes centros informação da indústria florestal de base, direto da Amazônia. “Minas Gerais, pela vocação que tem, é um grande consumidor de madeira, com grandes fábricas do setor moveleiro. Viemos para ouvir estes consumidores e para trazer também as nossas informações”.

Ele reafirmou a necessidade de um trabalho em conjunto com o Poder Público para desburocratizar o setor, tornando possível aos produtores trabalhar com segurança jurídica e foco na preservação ambiental. “Além de debatermos estas questões legais, o evento tem cumprido a missão de mostrar aos presentes que estamos produzindo mais e melhor criando a motivação para que eles usem mais madeira, com a tranquilidade de que, usando madeira nativa, ele contribui para a preservação ambiental”.

Um dos palestrantes do evento, o secretário Adjunto do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Leonardo Monteiro Rodrigues, apresentou os dados do estado na produção e na aquisição de madeira nativa. Ele salientou que o manejo florestal O primeiro resultado positivo em Minas Gerais é que o setor é responsável por ajudar no combate às mudanças climáticas “uma vez que as florestas plantadas são responsáveis pela captura dos gases de efeito estufa e contribuem com o combate ao desmatamento ilegal. Além disso, a silvicultura contribui para recuperar as áreas degradadas”.

Presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti ressaltou que o setor é responsável pela economia de 44 dos 142 municípios mato-grossenses e que o manejo florestal é a única forma de exploração sustentável. “Por isso, a nossa estratégia é fortalecer o setor de base florestal e a legalidade da madeira oriunda de Mato Grosso. Implantamos o Sisflora 2.0 que traz a rastreabilidade da cadeia da origem, na floresta, até o consumidor final”.

A importância do setor na preservação ambiental também foi destacada pelo diretor de concessões do Serviço Florestal Brasileiro, Renato Rosenberg. Ele reconheceu a importância do evento para desmistificar o setor e enalteceu a parceria existente entre produtores e o Poder Público. “É sempre uma experiência importante. O Serviço Florestal trabalha com concessões, que são basicamente manejo em área pública, enquanto Mato Grosso é em área privada. O método é o mesmo e a forma é eficiente par manter a floresta em pé”.

Além de apresentar os números do setor, o presidente do Cipem Ednei Blasius avaliou como positivo o encontro, que reafirmou Minas Gerais como um grande mercado consumidor. Apenas este ano, os consumidores do estado adquiriam 71 mil metros cúbicos de madeira de Mato Grosso. “O evento gera um reflexo muito positivo para a nossa produção. Isso faz com que Mato Grosso receba um olhar diferenciado do mercado, seja ele interno ou externo”.