A Justiça realizou nesta segunda-feira (3) a primeira audiência de instrução que trata da morte do casal Thays Machado e de Willian César Moreno, em janeiro deste ano, em Cuiabá. Carlos Alberto Gomes Bezerra, o Carlinhos Bezerra, confessou os homicídios à polícia e está preso. O caso tramita em segredo de justiça.
Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), das 8 testemunhas marcadas para serem ouvidas, 7 prestaram depoimento e uma desistiu. Thyago Machado, irmão de Thays, foi um dos 7 depoentes.
Ainda de acordo com o Tribunal de Justiça, por solicitação da defesa, o réu Carlinhos Gomes Bezerra não participou da audiência, “pois preferiu exercer seu direito de ficar calado”.
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Segundo a juíza da 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos, que conduz o caso, agora o processo vai com vista ao Ministério Público Estadual (MPE) para memoriais finais escritos, depois para o assistente de acusação e por fim à defesa.
São cinco dias para o MP, cinco dias para o assistente de acusação para os memoriais escritos. Após esses prazos o processo volta ao gabinete da magistrada.
São 4 possibilidades, segundo o TJ:
1 – Pronunciar o réu (irá a Júri popular);
2 – Impronúncia do réu (não irá a júri e passa a ser julgado monocraticamente por um magistrado);
3 – Absolve sumariamente;
4 – Desclassifica o crime.
Entenda o caso
Thays Machado e Willian Moreno foi no dia 18 de janeiro dos assassinatos, ao Edifício Solar Monet para devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto em Várzea Grande, quando foi baleada e morta junto com William.
Ela foi atingida por cerca de três disparos, dois nas costas e um na altura do quadril, vindo a óbito na calçada do edifício, enquanto Willian, mesmo atingido por cerca de três disparos, um no braço esquerdo e dois no peito, ainda tentou fugir do agressor, mas acabou caindo a poucos metros da namorada.
Câmeras de seguranças mostraram que Carlos Alberto Bezerra ‘rondava’ o prédio desde o início da semana, o que fez a polícia já trabalhar com a premeditação dos crimes.
Reforça esta tese o Boletim de Ocorrência registrado por Thays ainda no dia de sua morte, uma ligação para o 190 ainda nesta madrugada do dia 18 de janeiro, para denunciar que estaria sendo perseguida pelo ex-companheiro e os vários comentários feitos à família que vinha sendo ameaçada de morte. E este já seria o segundo BO.
Ainda no dia dos assassinatos, dezenas de mensagens postadas nas redes sociais, descreviam Thays como uma pessoa querida, alegre e de bom coração. Alguns, mais próximos à vítima, lembraram de que ela ‘foi uma mãe incrível, uma excelente profissional e um ser humano de coração gigantesco’. Outros apontaram sua ‘vida interrompida de maneira brutal e extremamente covarde’, pedindo ‘que Justiça fosse feita e que o assassino pague por tamanha crueldade’. E muitos se ‘solidarizaram com a dor das famílias’.