Servidores da Secretaria Estadual da Saúde de Mato Grosso (SES-MT) foram premiados nacionalmente por realizarem uma análise de impacto orçamentário relacionada ao uso, via Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso, do teste de creatina quinase na triagem neonatal de uma doença rara.

Um total de 97 trabalhos concorreram aos prêmios para 3 categorias: Assistência Farmacêutica, Gestão e Avaliação de Tecnologia em Saúde. Do total, somente nove foram finalistas. O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) da SES alcançou o segundo lugar na categoria Gestão.

A premiação ocorreu durante o X Fórum Brasileiro Sobre Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (FAFF 2022), realizado em Brasília (DF), entre os dias 22 e 26 de agosto, pelo Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (INAFF).

O teste de creatina quinase é realizado para triar a Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), uma doença genética rara caracterizada pela perda da sustentação muscular. Atualmente, o teste da DMD não é contemplado pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal, conhecido como “teste do pezinho”. A pesquisa analisou o impacto financeiro deste teste na rede SUS do Estado.

Autores do trabalho, os servidores Helder Cássio de Oliveira, Kelli Nakata e Luisa Marques relatam que o prêmio é um reconhecimento da qualidade empregada nos trabalhos desenvolvidos em Mato Grosso. Ressaltam, ainda, que o trabalho foi fruto de uma demanda solicitada por um município do Estado, o que demonstra o potencial do Núcleo em cooperar com tomadas de decisão em saúde.

Além do trabalho premiado, pesquisas adicionais foram realizadas para avaliar outros aspectos implicados na avaliação. Os trabalhos podem ser acessados neste link: http://www.saude.mt.gov.br/cpft/arquivos/520/documentos, no documento Parecer Nº1/2022.

 

Principais resultados da pesquisa

O estudo estimou triar em torno de 27 mil meninos por ano, a um custo de R$ 265.927,53. O valor por caso detectado foi estimado em R$ 37.989,65 já que a doença é considerada rara.

Se a triagem Neonatal para a Distrofia Muscular de Duchenne fosse adotada pelo SUS estadual, o montante a ser investido pela gestão no primeiro ano seria de R$79.783,61. Esse valor pode sofrer incrementos a depender das taxas de adesão ao programa, podendo chegar a R$ 186.161,75 no quinto ano.

A pesquisa alerta que outros fatores, além do impacto orçamentário, devem ser levados em consideração no momento de decidir sobre a incorporação ou não da referida tecnologia, tais como: acurácia, aceitação e viabilidade de implantação do teste.