A nota técnica do Ministério do Meio Ambiente que trata do desmatamento no Pantanal mato-grossense foi duramente criticada pelo senador Jaime Campos (União Brasil). Na nota, técnicos do Ministério pedem ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que suspenda, imediatamente, e de modo temporário, as autorizações para supressão da vegetação nativa e o uso alternativo do solo no Pantanal, até a realização de novos estudos para uma nova legislação, dessa vez uniforme para os dois estados, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Jaime Campos disse à imprensa que a nota técnica tem o “interesse” de grandes grupos financeiros. “A informação que eu tenho é que alguns bilionários deste país, alguns banqueiros, algumas grandes empresas, já adquiriram alguns milhares de hectares de terra lá no Pantanal para vender como se fosse crédito de carbono”, afirmou Campos.
Para Jaime Campos, se o pedido for atendido pelo Conama, estará atendendo a interesses comerciais. “São interesses comerciais. Comércio para fazer, negócio para fazer. E nós não podemos permitir. Temos que agir em defesa daquele cidadão que está lá há cem anos”, disse o senador. O pedido, caso atendido, significa que todas as autorizações para desmatamento no Pantanal emitidas Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), bem como a emissão de novas autorizações, serão suspensas.
Conforme o senador mato-grossense, a bancada dos dois estados (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), “está unida e não permitirá essa inaceitável manobra. Ímpor o desmatamento legal zero, inexistente no Código Florestal em vigor, não vamos aceitar. Então que mande ao Congresso Nacional uma proposta de lei para aqui ser debatida e votada”, argumentou o senador.
(ODOC)