Depois de 11 jogos preparatórios em quatro convocações anteriores, a equipe vai para o décimo dia de trabalho neste domingo com o primeiro dos dois testes que vai fazer antes de viajar para a Colômbia, em jogo-treino, às 10h, contra o Boavista (RJ). Na terça, a sub-23 enfrenta a Portuguesa (RJ).

Jardine se limitou a universo de pouco mais de 50 jogadores e procurou mexer pouco, mesmo com os vetos que vieram dos clubes europeus, que lhe tiraram pelo menos quatro titulares da equipe – Emerson, Ibañez, Douglas Luiz e Wendel.

O time-base está definido com Cleiton (ou Ivan, a única dúvida deste início de trabalho), Guga, Walce, Robson Bambu, Caio Henrique; Bruno Guimãraes (que foi escolhido como capitão neste início de preparação), Matheus Henrique e Pedrinho; Antony, Paulinho e Matheus Cunha.

No segundo tempo vão atuar Ivan (ou Cleiton), Dodô, Bruno Fuchs, Nino, Iago; Maycon, Igor Gomes, Reinier; Bruno Tabata, Pepê e Yuri Alberto.

Como o time de Jardine vai jogar?

Pressão no campo de ataque e saída com paciência

“É inegociável voltar para marcar”. Foi uma das frases do treinador durante os treinos na Granja. As expressões mais usadas por jovens treinadores – também muito repetida por Tite, técnico da seleção principal – estão todas lá: “perde-pressiona” e “atacar marcando” – e mostram a intenção de equipe agressiva do Brasil.

Matheus Cunha pressiona Bruno Fuchs no campo de ataque — Foto: Raphael Zarko

Matheus Cunha pressiona Bruno Fuchs no campo de ataque — Foto: Raphael Zarko

O posicionamento do time sem a bola, antes de marcar por pressão no campo de ataque — Foto: Raphael Zarko

O posicionamento do time sem a bola, antes de marcar por pressão no campo de ataque — Foto: Raphael Zarko

Bruno Guimarães próximo de Cleiton, na saída de bola, com um zagueiro aberto de cada lado — Foto: Raphael Zarko

Bruno Guimarães próximo de Cleiton, na saída de bola, com um zagueiro aberto de cada lado — Foto: Raphael Zarko

Com a bola, as saídas começam com Bruno Guimarães, que vai ter Walce pela direita e Bambu pela esquerda, Matheus Henrique à frente, Antony e Paulinho bem abertos e ajuda na construção dos dois laterais – tanto Caio Henrique, que é meia de origem, quanto Guga, um lateral com mobilidade para receber de costas e girar sobre marcadores.

Jardine bateu bastante na tecla: paciência. Quer o time girando e trabalhando a bola para encontrar espaços.

Chutes à média distância e tabelas

Jardine combinou jogadas com os atletas e preparou a equipe para enfrentar defesas fechadas. Com duas linhas de quatro ou até de cinco e quatro à frente do jogador com a bola. O que ele quer? Troca rápida de passes, inversões de jogo, ultrapassagens e muitas tabelas. Para chegar na ponta, para infiltrar pelo bico da grande área. Para abrir espaço para o chute.

“Não precisa ter pressa”, disse antes Jardine, que participa bastante da atividade com meias e atacantes.

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“A gente tem que chutar mais de fora da área. Vamos pegar o ferrolho do ferrolho”, disse Jardine, incentivando Caio Henrique, depois de belo chute de fora da área e defesa de Ivan. Técnico quer cruzamentos da entrada da área também, não só das pontas.

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Incentivou os chutes de Pedrinho, um especialista à média distância, mas também quer Caio Henrique, outro que se destacou com boas tentativas, Bruno e Matheus, na chegada à frente. Quer atenção também para as brechas no ataque, nas “canaletas”, como chama o setor entre a linha defensiva e o goleiro. Um bom passe rasteiro ou até a meia altura pode surpreender e achar um brasileiro livre para marcar.

Lançamentos e faltas

Com bom passe e saída de jogo, Walce é um dos preferidos de Jardine, que já o conhecia do São Paulo. Foi comum vê-lo de cabeça erguida procurando Paulinho aberto pela esquerda. Com os campos “achatados” e quase 20 jogadores entre as duas intermediárias, um deslocamento e o lançamento na medida podem iniciar boas jogadas de ataque.

O treinador também praticou bastante bola parada. Walce e Bambu têm boa presença e devem lutar bastante com Matheus Cunha, o homem-gol de Jardine. Em 11 jogos foram nove gols. Nos treinos, o jogador mostrou pontaria em dia antes de começar o pré-olímpico.

Nas cobranças diretas, Pedrinho, Walce, Matheus Henrique, Igor e Maycon são os que mais treinaram. Destaque para o zagueiro, que fez bonitos gols no último treino, neste sábado.

Alternativas do banco

Ainda há disputas em aberto, como deixou claro Jardine na coletiva de imprensa. Os reservas para as duas pontas vão bem em Teresópolis. Bruno Tabata e Pepê pressionam Antony e Paulinho, que, apesar de titular com Jardine, parece sentir o ritmo de jogo, com poucas partidas pelo Bayer Leverkusen.

Igor Gomes, que é meia ofensivo no São Paulo, é o reserva de Matheus Henrique. Com maior aproximação da área e boa finalização, também é outro bem cotado no grupo sub-23.

Bruno treina contra Jardine no treino da Seleção: ex-jogador do Galo agrada ao treinador nas atividades em Teresópolis — Foto: Raphael Zarko

Bruno treina contra Jardine no treino da Seleção: ex-jogador do Galo agrada ao treinador nas atividades em Teresópolis — Foto: Raphael Zarko

Outro que vem de longo tempo sem atuar, Maycon, que passou por cirurgia e jogou pouco em 2019, mostrou boa recuperação física nos treinos. Com canhota elegante, mostrou boa visão de jogo nos treinos.

Caçula do grupo, a jovem estrela Reinier é reserva imediato de Pedrinho. As características são diferentes, com o jogador do Flamengo negociado com o Real tendo mais presença de área e força nas arrancadas. (Globo Esporte)