Nesta segunda-feira (29), o secretário municipal de Saúde, Deiver Teixeira reuniu-se com os conselheiros tutelares de Cuiabá de todas as regionais. Durante o encontro, foram discutidas as dificuldades enfrentadas pelos conselheiros no encaminhamento de crianças e adolescentes para serviços essenciais, especialmente na área de saúde mental.

Representando os conselheiros, Adriana Gamarra destacou a importância de conhecerem os fluxos de atendimento, ressaltando que muitas vezes há demoras para conseguirem encaminhar seus assistidos para serviços como neurologistas e fonoaudiólogos, que são essenciais para crianças vulneráveis que já foram vítimas de violência. “Não queremos retirar o direito de nenhuma criança, pois entendemos que há uma fila de espera. No entanto, a demanda do Conselho Tutelar deveria ser tratada de maneira diferente. São crianças que já foram violadas, cujas mães buscaram atendimento há tempos sem sucesso em especialidades como neurologia, fonoaudiologia e psiquiatria, que muitas vezes não são disponíveis na rede do SUS. O que buscamos é aprimorar o que já existe, entendendo as situações e dificuldades”, explicou.

O secretário reconheceu os desafios enfrentados, especialmente devido à escassez de profissionais qualificados como neurologistas e psiquiatras. Ele destacou os esforços para melhorar as instalações dedicadas à saúde mental, com novos espaços sendo construídos, mas admitiu que ainda há um longo caminho a percorrer. “Estamos construindo dois novos espaços que serão fundamentais para o atendimento à saúde mental: um no Verdão e outro atrás da Unic. Esses espaços estão sendo desenvolvidos especificamente para atender demandas de saúde mental e esperamos que estejam prontos nos próximos dois meses. Assim, teremos instalações bem bacanas que, acredito, vão ajudar significativamente. No entanto, reconhecemos que isso ainda não será suficiente para atender a toda a demanda existente. Entretanto, enfrentamos um sério problema relacionado à contratação de profissionais. Desde o último processo seletivo e concurso, temos tido dificuldades em encontrar profissionais como neurologistas e psiquiatras, dispostos a trabalhar na rede pública. Muitos não querem ingressar no serviço público, o que representa um grande desafio para nós “, comentou.

Teixeira afirmou que sua equipe está empenhada em buscar soluções para as demandas urgentes discutidas com os conselheiros tutelares e comprometeu-se a estudar medidas que possam agilizar o encaminhamento de crianças e adolescentes para os serviços essenciais de saúde, especialmente na área de saúde mental.