O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, afirmou ver com preocupação o impacto das decisões de flexibilização das medidas de biossegurança contra a covid-19.

Apesar de reconhecer a autonomia dos gestores municipais para definirem as ações em seus territórios, Gilberto ponderou que as “liberações” podem ser encaradas pela população de forma equivocada.

“Acho que, em áreas externas, pessoas andando sozinhas, não têm grandes preocupações. O grande problema nesse momento é que essas flexibilizações começam a estimular a população como se a pandemia tivesse acabado. Então, vejo com preocupação”, avaliou o secretário, na manhã desta segunda-feira (22).

Na última sexta-feira (19), o prefeito de Cuiabá em exercício, José Roberto Stopa, baixou decreto tornando uso das máscaras faciais em locais abertos facultativos. A decisão, segundo a Prefeitura, considerou a queda dos números da pandemia da covide-19 e os resultados da campanha de vacinação.

Contudo, segundo Gilberto, para que o cenário fosse considerado mais seguro, seria necessária a imunização de, pelo menos, 90% da população. Contudo, passados 10 meses do início da vacinação no Brasil, Mato Grosso tem apenas 61,4% de imunizados com as duas doses ou dose única, segundo a última atualização da Secretaria de Saúde, feita em 17 de novembro.

“Nós ainda não atingimos a meta, que é de imunizar 90% da população. Existem sinais de novo crescimento da pandemia em outros países, então nós temos que ter prudência”, comentou Gilberto.

O secretário ainda defendeu que a recomendação do Governo é que a população mantenha as medidas farmacológicas, “que já têm comprovação científica que são eficazes e reduzem de forma substancial a transmissão do vírus”.

Segundo o gestor, o governo estadual vai avaliar a flexibilização das máscaras no mês de dezembro. Contudo, outras medidas de biossegurança, consideradas mais restritivas, como distanciamento social e recomendação de quarentena conforme classificação de risco, foram revogadas no mês de outubro.