A investigação da Polícia Civil apurou que o esquema de desvio de recursos da Prefeitura de Rio Branco (335 km de Cuiabá), apontou que o procurador municipal André da Conceição Paiva e as secretárias de fianças e de Administração Kelly Elenice Freres Coqueiro e Marília Pereira solicitaram ao empresário que mantinha contratos com o município a desviar diversos valores falsificando serviços e emitindo notas por serviços que não foram prestados. Todos foram alvos da “Operação Corrupção Delivery”, deflagrada nesta quarta-feira.
J.R.P. teve a suspensão de contratos com a prefeitura determinadas pela Justiça a pedido da Polícia Civil, além de ser alvo de prisão e de buscas. Ele está foragido e é alvo de outra investigação da Delegacia de Mirassol d’Oeste, quando também teve a prisão decretada, por fraude em concurso público daquele município.
Os servidores municipais de Rio Branco foram afastados do cargo e tiveram as prisões decretadas, contudo, um deles, o chefe de gabinete da prefeitura, está foragido.
Durante as buscas nesta quarta-feira na casa de uma das secretárias foram apreendidos R$ 6,5 mil e em um dos endereços do empresário, os policiais encontraram uma arma de fogo e munições. Os mandados judiciais foram cumpridos durante a Operação Corrupção Delivery, em uma investigação da Delegacia de Rio Branco que investiga a associação criminosa formada, peculato, falsidade ideológica e lavagem de capitais.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Jean Paulo Nascimento, todo o esquema descoberto funcionava em uma espécie de sistema delivery, pois os secretários envolvidos entravam em contato via telefone com o empresário, encomendavam a nota fiscal indicando o falso serviço a ser lançado e depois recebiam os valores em conta de terceiros.
A Polícia Civil reuniu os primeiros indícios do esquema a partir de informações analisadas em um inquérito da Delegacia de São José dos Quatro Marcos, que apurou o homicídio do advogado e empresário Francisco de Assis da Silva, em 11 de outubro de 2021 naquela cidade. J.R.P. foi indiciado como mandante e preso preventivamente em decorrência das investigações do homicídio, sendo posteriormente solto mediante habeas corpus.
Na análise de conteúdo extraído de celular apreendido pela Polícia Civil com J.R.P., a equipe investigativa encontrou fatos que evidenciaram crimes contra a administração pública de Rio Branco. A Justiça autorizou o compartilhamento de informações do inquérito de São José dos Quatro Marcos com a Delegacia de Rio Branco.
J.R.P. é proprietário de diversas empresas que prestam serviços para diversas prefeituras da região oeste, inclusive a prefeitura de Rio Branco. A Polícia Civil apurou que ele atua no ramo de licitações e contratos com a administração púbica, prestando serviços, especialmente, em áreas ligadas a concursos públicos, serviços de engenharia, fornecimento de softwares, fornecimento/licenciamento de sistemas de gerenciamento de contabilidade, tesouraria, tributos, entre outros.
A investigação apontou que o empresário conversava de forma habitual com pessoas ligadas à administração pública municipal de Rio Branco. Na análise dos áudios e mensagens de texto extraídas do celular do investigado, a equipe policial constatou uma clara relação estável e permanente entre ele e os servidores públicos da prefeitura para a prática de crimes contra o erário.
Os envolvidos no esquema são investigados pelos delitos de associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e lavagem de capitais.
(HNT)