Em entrevista ao Jornal da Capital FM nesta terça-feira (15), o governador Mauro Mendes (UB), disse que se fosse Presidente da República ele iria cortar uma parte dos lucros da Petrobras para tentar frear a alta dos combustíveis no país.
“Se eu fosse presidente eu iria cortar um pouco desse lucro da Petrobras, pois hoje o governo detém uma parte da empresa”, comentou.
“A Petrobras teve, ano passado, o maior lucro da sua história, passando esses preços. Agora, eu pergunto: o petróleo da Petrobras é tudo importado? Ela compra tudo no Oriente Médio? Não! Grande parte do petróleo é do Brasil. Então, podia ter um lucro um pouco menor”, completou.
Em meio à disparada dos preços do petróleo, a Petrobras anunciou na quinta-feira (10) reajustes nos preços de gasolina e diesel após quase 2 meses de valores congelados nas refinarias.
“Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11/03/2022, a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras”, informou a estatal, em comunicado.
A partir de sexta-feira (11), o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.
Na semana passada, Mendes defendeu em reunião em Brasília, a manutenção do congelamento do ICMS para tentar conter o aumento dos combustíveis. Ele e outros governadores são contrários a proposta defendida pelo governo federal que pretende criar uma alíquota única de ICMS para os combustíveis.
A ideia do governador de Mato Grosso e de outros governadores é que o Congresso Nacional vote uma proposta em trâmite na casa para manter o congelamento do ICMS, que passou a valer em novembro do ano passado e expira neste mês.
Governadores entendem que o projeto de lei que estabelece a alíquota única vai reduzir a arrecadação além do que o congelamento já reduz, o que seria prejudicial para a arrecadação dos estados. Mendes e demais governadores criticam a política de preços da Petrobras, que é dolarizada, e prejudica o mercado interno.
“No ano passado o presidente chegou a dizer aos governadores que a alta dos combustíveis tinha relação com o ICMS dos estados, todos os governadores congelaram o imposto e o combustível continuou subindo”, desabafou.