O São Paulo mereceu ganhar o estadual por muitas razões. Entre elas, porque desejou a conquista, diferentemente de outros rivais. Houve também motivos para o Palmeiras escalar reservas desde a estreia, contra o Corinthians, e dizer que o Paulista serviria para testar e descobrir novos talentos. A maratona causou esta decisão. O São Paulo também teve maratona, mas sempre deixou claro, desde a posse de Julio Cazares: “O Paulista é Copa do Mundo”. Frase do diretor de futebol Carlos Belmonte. A análise é do jornalista PVC. Confira:

Se há quinze anos, o São Paulo foi o primeiro grande clube paulista a deixar claro seu desprezo pelo estadual, sua prioridade para outras competições, desta vez precisava da conquista mais próxima para tirar o peso das costas de tanto tempo sem troféus. A maior seca são-paulina desde a inauguração do Morumbi terminou com vitória sobre um dos maiores rivais, com luta e estratégia.

Hernán Crespo opta pela marcação homem a homem e fez Luan perseguir Raphael Veiga sem nenhuma vergonha de tirar o mais talentoso armador palmeirense das duas partidas. Teve Miranda como líder da defesa, porque era necessário ter alguém acostumado a ser vencedor, vestido de tricolor. E contou também com erros do Palmeiras, que tentou ganhar no contra-ataque e não mudou de sistema tático, nem sequer quando trocou o zagueiro Luan pelo meia Gabriel Menino.

Menino entrou como ala, Mayke passou a ser terceiro zagueiro e o time de Abel Ferreira não teve a vocação para ameaçar Tiago Volpi.

Então, Crespo trocou o volante Luan por Rodrigo Nestor e colocou João Rojas na vaga de Igor Gomes. Logo depois, Rodrigo Nestor cruzou para Luciano marcar, apenas pela segunda vez, sob o comando de Crespo. O São Paulo é campeão paulista depois de dezesseis anos, ganha uma taça depois de nove, porque decidiu que era importante para o clube voltar a ganhar dentro do estado, para depois sonhar com conquistas mais fortes. (Globo Esporte/PVC)