O fracasso de hoje não lembra só o fracasso do passado. Ofusca a história de um renascimento. O clube que nunca foi abandonado pela sua torcida, que saiu da Série D em 2011 prometendo nunca mais voltar, voltou. Dez anos depois. Neste sábado, o Santa Cruz Futebol Clube, pela segunda vez em seus 107 anos de história, teve a sua queda à quarta divisão do futebol nacional confirmada.
A confirmação do rebaixamento veio sem o Tricolor entrar em campo. O empate por 1 a 1 entre Floresta e Volta Redonda, no Ceará. O resultado deixou o clube cearense fora do alcance tricolor.
O rebaixamento é merecido, justo. Basta olhar para o desempenho da equipe para ter certeza disso. Com uma rodada de antecedência para o fim da Série C, o Santa Cruz encerra a temporada 2021 com números que impressionam negativamente. Foram 37 jogos, até o momento. Somente sete vitórias. Dez empates e 20 derrotas. O aproveitamento é de 27,9%.
Os números também evidenciam os equívocos no planejamento. Maior do que a quantidade de jogos disputados é a de atletas utilizados pelo clube na temporada: 64 jogadores entraram em campo nesta temporada com a camisa tricolor. Contabilize ainda quatro treinadores na temporada – mais um interino e uma debandada de dirigentes, inclusive do vice-presidente, o advogado André Frutuoso.
O melancólico resultado, portanto, não é uma armadilha do acaso. É a consequência de um descaso, de uma falta de compromisso com um clube que há muito tem a sua grandeza ofuscada e reduzida por parte de quem deveria, justamente, defender as cores do clube. Dentro e fora de campo.
Neste domingo, o Santa Cruz volta a campo contra o Tombense, pela penúltima rodada da Série C, apenas para cumprir tabela. (Globo Esporte)