Personagem à parte no duelo Atlético-MG x Flamengo, o técnico Jorge Sampaoli estava suspenso e despertou atenção da Procuradoria-Geral do STJD. O procurador Ronaldo Piacente afirmou que já analisa duas situações envolvendo o treinador: a primeira é a própria presença no camarote do Mineirão, a segunda é a utilização de um telefone celular.

Sampaoli recebeu terceiro cartão amarelo e ficou proibido de fazer parte da delegação do Atlético na partida do último domingo. A reportagem do ge acompanhou a chegada do técnico ao Mineirão, em carro particular, e indo direto para um dos camarotes. Não há regra que proíbe a sua presença no estádio, mas Piacente utiliza como argumento a lista máxima de 42 pessoas nas comitivas dos clubes durante a pandemia da Covid-19.
Sampaoli pistola no celular rouba a cena na goleada do Galo sobre o Flamengo
Sampaoli pistola no celular rouba a cena na goleada do Galo sobre o Flamengo

– Provavelmente oferecerá denúncia. A questão aposta é a seguinte: hoje, com a questão da Covid-19, a regra da CBF é de 42 integrantes, obviamente com comissão técnica e atletas. O que essas 42 pessoas vão fazer lá: trabalhar. Não pode como torcida, não pode ficar na arquibancada assistindo a jogos. E o Sampaoli não poderia estar lá. Então, infringiu a regra, e a Procuradoria atuará no caso do Sampaoli, inclusive, já está sob análise da Procuradoria – disse Ronaldo Piacente, à Rádio Itatiaia.

A transmissão do Premiere flagrou o treinador em cenas chamativas no camarote, inclusive portando um aparelho de telefone celular durante a partida. É outro fato que o procurador irá analisar, uma vez que membros da comissão técnica suspensos não podem fazer qualquer tipo de contato com personagens ligados ao jogo. A missão, entretanto, será provar que Sampaoli tenha se comunicado com algum auxiliar.

– Ele estava suspenso. Não pode comparecer nem sequer no setor de camarote. Temos dois fatos a serem analisados. E que serão analisados pela Procuradoria. Um deles é estar no estádio de forma irregular. E a outra é ele usar o telefone, com quem ele estava falando… Nas imagens não mostra que ele estava simultaneamente em contato com o técnico no banco de reserva.

Jorge Sampaoli, treinador do Atlético, em camarote do Mineirão — Foto: Divulgação/Mineirão/Agência i7

Jorge Sampaoli, treinador do Atlético, em camarote do Mineirão — Foto: Divulgação/Mineirão/Agência i7

Foi a segunda vez que Sampaoli cumpriu suspensão no Campeonato Brasileiro. Diante do Bragantino, igualmente no Mineirão, o treinador fez a mesma coisa: acompanhou a partida no mesmo camarote, ao lado do preparador físico Pablo Fernández (que estava suspenso igualmente). Fernández é quem usou o celular de forma suspeita durante a vitória por 2 a 1, sem a certeza, entretanto, de estar falando com alguém no banco do Galo.

Na época, o ge entrou em contato com Ronaldo Piacente, que havia afirmado ser prematuro se posicionar sobre a presença de Sampaoli em Atlético x Bragantino, uma vez que o STJD ainda não havia se manifestado sobre cumprimento de suspensão de treinador em tempos de Covid-19, e que o uso de celular só viraria alvo de denúncia se houvesse “prova concreta” que ele foi usado para comunicação entre o banco e o treinador. Não ocorreu denúncia. (Globo Esporte)