Após uma temporada de bom desempenho em campo e atritos fora dele, a relação entre o Santos e o técnico Jorge Sampaoli caminha para terminar na Justiça. O clube anunciou na última terça-feira que Sampaoli havia pedido demissão um dia antes, em reunião com o presidente do Santos, José Carlos Peres.
A nota publicada no site do Santos afirma que o caso “foi entregue aos departamentos jurídico e de recursos humanos”. É onde as versões se distanciam. Ao “Lance!”, o treinador disse que não pediu demissão e que quer distância de Peres.
– Sim, não me demiti oficialmente. Essa é a verdade. O clube tem que ser responsável e mostrar documentação da demissão. Agora eu estou seguro de que vou sair. Quero ficar longe deste senhor – disse Jorge Sampaoli.
Não há documento com as assinaturas de Peres e Sampaoli sobre a rescisão contratual. Mas o Santos entende que o que foi dito na reunião foi um pedido de demissão, o que o treinador nega.
A discussão tem valor: cerca de R$ 10 milhões. É o valor da multa rescisória prevista no contrato de Sampaoli, que venceria apenas em 31 de dezembro do ano que vem.
O entendimento do Santos é que a comunicação verbal supostamente feita por Sampaoli é o suficiente para o fim do contrato unilateralmente, o que obrigaria o técnico a indenizar o clube, que afirma ter meios de provar a decisão do argentino.
Sampaoli, por outro lado, não admite que se demitiu. Ele quer sair – e já era algo decidido antes da comunicação do Santos –, mas espera por um acordo que o isente de ao menos parte da multa.
Não há, no Santos, vontade de negociar mais. O clube faz questão de receber os R$ 10 milhões – e quer também mais R$ 3 milhões da rescisão dos auxiliares de Sampaoli, que deixam o clube junto com o treinador.
A não ser que alguém ceda – e o Santos não dá qualquer sinal nesse sentido –, o valor da rescisão será cobrado na Justiça.
A briga pode se estender aos tribunais, mas não impede que Sampaoli se acerte com outro clube. O Palmeiras tem interesse no argentino. (Globo Esporte)