Ronaldinho Gaúcho está sendo investigado por associação ao crime organizado no Paraguai. Segundo o Ministério Público, o craque emprestaria sua imagem para uma organização qualificada como criminosa, que poderia ter lavado até 400 milhões de dólares (cerca de R$ 2 bilhões), no país.
Além disso, está sendo investigado se o esquema também sonegou impostos e tem algum tipo de ligação com o narcotráfico.
Com suas investigações abertas, o Ministério Público do Paraguai está tentando esclarecer o grau de conexão entre Ronaldinho e seu irmão Roberto Assis, detidos provisoriamente desde o último dia de 6 de março, com esse esquema criminoso.
Esta semana será fundamental para o desenvolvimento de um caso que deixa a opinião pública do Paraguai perplexa com a seriedade das acusações e com suas ramificações. Isso porque podem atingir não apenas a administração pública, mas também até o próprio governo do Paraguai.
Nesta terça-feira (17), o Ministério Público fará a análise dos celulares de Ronaldinho e do seus irmão Assis.
O conteúdo poderia responder a um dos grandes mistérios deste caso: por que os irmãos Assis Moreira apareceram com um passaporte forjado e documento de identidade paraguaio e se estes eram um presente ou eram uma exigência do craque e de seu irmão.
Os promotores do caso consideram que os celulares de ambos são evidências importantes.
Na quarta-feira (18), Dalia López, a empresária que é considerada o cérebro da organização e que está desaparecida há 10 dias, é convocada para testemunhar. Ainda não se sabe se ela irá ao tribunal ou continuará fugindo.
O Ministério Público do Paraguai a acusa de ter um esquema com várias empresas de fachada, que seria dedicado a promover atividades criminosas.
No momento, há 16 acusados neste escândalo, dez dos quais cumprem detenção preventiva e novas prisões não são descartadas nos próximos dias.
Documentos falsos
Mais um capítulo foi revelado no caso onde Ronaldinho Gaúcho foi preso no Paraguai. Um mecânico e um auxiliar de contabilidade afirmaram em depoimento à Polícia paraguaia que teriam feito os pedidos de confecção dos documentos falsos para R10, Assis e para o empresário Wilmondes Sousa Lira. Eles ainda declaram que pagaram U$ 18 mil (cerca de R$ 85,2 mil, segundo a cotação atual) pelos documentos falsos.
Detido em Assunção desde o dia 6 de março, o ex-atleta teve um pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça. De acordo com as falas ao Ministério Público, o mecânico Iván Ocampo e o contábil Sebastián Medina teriam dado dinheiro para o funcionário do Departamento de Imigrações, Bernardo Arellano. Ao todo, foram U$ 6 mil pela cédula de identidade e passaporte de cada pessoa, ato ilegal no país.
– Meus clientes declararam que a senhora Dalila López viabilizou o dinheiro para esse pagamento. No meu entendimento, a cobrança foi ilegal – contou Gerardo Chamorro, advogado dos dois responsáveis por cuidar da papelada. O representante legal ainda declarou que ambos acreditaram se tratar de um negócio legal.
Segundo o advogado da empresária Dalia López, que está foragida e foi responsável por levar R10 ao país, a informação procede. Contudo, ele afirmou que o pagamento teria sido feito à pedido da esposa do empresário Lira, o que foi negado pelo representante da mulher.
Tanto o mecânico quanto o auxiliar de contabilidade estão presos sob a acusação de associação criminosa e uso de documentos públicos com conteúdo falso. Ronaldinho e Assis seguem na penitenciária por ordem do Poder Judiciário do Paraguai.