A “família Scolari” voltou à tona neste domingo com a transmissão da TV Globo e do GloboEsporte.com da reprise da final da Copa do Mundo de 2002, entre Brasil e Alemanha. E o artífice do penta, Felipão, recordou alguns bastidores do título em entrevista à Rádio Gaúcha.

Aos 71 anos e morador de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, Luiz Felipe Scolari garante cumprir o isolamento social à risca em casa ao lado da mulher, Olga. Além de manter exercícios, mantém contato a cada três dias com o auxiliar Paulo Turra e o preparador de goleiros Carlos Pracidelli.

Para Luiz Felipe Scolari, apesar do papel preponderante de Ronaldo diante dos alemães, com os dois gols do 2 a 0, foi Rivaldo o jogador mais importante daquela Copa. Lembrou até mesmo as funções defensivas do camisa 10 brasileiro em 2002.

– No jogo contra a Inglaterra (quartas de final), depois que o Ronaldinho foi expulso, estava pensando em mudar o time, mexer em alguma coisa. O Rivaldo me falou: “não precisa, deixa que eu vou voltar para marcar”. E assim ele fez. O Rivaldo, para mim, foi o jogador mais importante taticamente do Mundial – disse Felipão à Rádio Gaúcha.

Classificar elenco e comissão técnica de “família” não foi apenas da boca para fora. Felipão ressalta que não enfrentou problemas com o grupo. Até mesmo deu um brinde na classificação à final, depois da vitória por 1 a 0 sobre a Turquia, na semi.

– Depois do jogo, deveríamos dormir e viajar no dia seguinte de avião para Yokohama. Mas, em parceria com a comissão técnica, decidimos viajar seis horas de ônibus imediatamente para recuperar os jogadores. Então eles disseram que precisavam se refrescar na viagem e pediram duas caixas de cerveja. Eu disse: “duas? Só? Mas é muito pouco! Vocês merecem cinco!” – relatou Felipão.

Felipão à frente da Seleção contra a Turquia — Foto: Getty Images

Felipão à frente da Seleção contra a Turquia — Foto: Getty Images

Felipão falou também de seus planos para a retomada do futebol após o fim do isolamento por conta do novo coronavírus. As reuniões com Turra e Pracidelli ocorrem justamente neste sentido, para debater treinos e jogos. O treinador revelou que já tem convites de equipes do exterior, principalmente Oriente Médio.

– Estamos nos preparando para isso. Já houve contato de três, quatro clubes do exterior, Oriente Médio. Ainda não sabemos o que vai acontecer, mas acredito que em 15,20, 30 dias possa ter uma definição – afirmou o técnico do penta.

Felipão está sem clube desde setembro de 2019, quando deixou o Palmeiras após maus resultados no Brasileirão. (Globo Esporte)