O Brasil corre o risco de perder 6 milhões e 680 mil de testes para o diagnóstico do novo coronavírus comprados pelo Ministério da Saúde, o chamado RT-PCR, por conta da data de validade. A revelação publicada neste domingo, 22, pelo jornal ‘O Estado de São Paulo’ causou indignação e perplexibilidade. “Fiquei estarrecido” – reagiu o senador Wellington Fagundes (PL-MT), membro da Comissão Especial da Covid-19.
Fagundes anunciou que ingressará com requerimento junto à Comissão pedindo esclarecimentos por parte das autoridades sobre esse evento. “É inadmissível que isso esteja acontecendo, sobretudo diante de um quadro tão grave como o que estamos enfrentando, com milhões de casos e milhares de mortes” – frisou, em mensagem nas redes sociais.
Para o senador, se faz necessário que os responsáveis ‘apresentem respostas robustas’ para a situação exposta pela imprensa, neste domingo. Segundo ele, é preciso saber porque o Ministério da Saúde não consegue distribuir os testes aos Estados e municípios, causando enormes prejuízos à população. “Está errado, isso não pode acontecer. E pelo visto está acontecendo” – frisou.
Especialistas dizem que o teste não serve só para diagnóstico. É essencial na interrupção de cadeias de infecção. “Sem testagem, as ações de combate a pandemia ficam mais complicadas, difíceis de serem adotadas medidas eficazes” – observou o parlamentar.
A permanecer a situação, o Brasil pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora. Ao todo, segundo ‘O Estado de São Paulo’, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.
O RT-PCR é um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19. A coleta é feita por meio de um cotonete aplicado na região nasal e faríngea (a região da garganta logo atrás do nariz e da boca) do paciente. Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400. As evidências de falhas de planejamento e logística no setor ocorrem num período de aumento dos casos no País.
Segundo o jornal, os exames estão estocados em um armazém do Governo Federal em Guarulhos e, não foram distribuídos para a rede pública. A quantidade estocada é maior do que o SUS aplicou em testes a população. “Ou seja, o País pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora” – informa o jornal. Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.
No requerimento a ser protocolado na próxima segunda-feira junto à Comissão Especial da Covid, entre outros, Fagundes disse que é preciso saber o que de fato está acontecendo e avançar sobre outras questões. Ele se disse preocupado, por exemplo, sobre o andamento de um planejamento para quando os laboratórios estiverem aptos a entregar a vacina à população.