O Brasil tem mais um desafio no futebol masculino, desta vez contra o Egito, neste sábado às 6h (horário de MT), no estádio de Saitama. Richarlison, o Pombo, está voando. O carismático atacante da seleção brasileira olímpica, camisa 10 de André Jardine, tem cinco gols em quatro jogos nas Olimpíadas de Tóquio. E ele quer mais. O atacante do Everton concedeu entrevista ao site da Fifa e falou da expectativa para as quartas de final da Seleção.
Ele lembrou que precisou se afastar da mãe para não colocar em risco sua participação nos jogos de Tóquio, pois ela teve Covid-19. Ele ficou com medo de ser contaminado. Mas deu um jeito para dar um carinho em casa antes de viajar para se apresentar à Seleção.
– Sou louco por tudo! Para o futebol e a Seleção, não tenho limites. Deixei minhas férias de lado e sacrifiquei um tempo com minha família para participar das Olimpíadas. Depois da Copa América, não tive nem dois dias para ver a família. Minha mãe teve Covid-19. Tive que ficar a 30 metros dela e falar com ela com gestos. Mas sei que eles estão orgulhosos da minha participação nesta competição e dos meus objetivos para o Brasil. É o mais importante – disse ao site da Fifa.
A dois gols da marca de Romário em Seul 1988, Richarlison diz que pensa primeiro na medalha, mas fica doido para bater o recorde do baixinho com a camisa da seleção brasileira.
– Romário é uma lenda do futebol brasileiro e mundial. Bater o recorde dele obviamente seria a cereja do bolo. Seria um desempenho excelente.
Em contato permanente com Neymar, medalha de ouro na Rio 2016, o Pombo disse que o amigo do PSG é um grande incentivador do seu futebol. Foi ele quem o provocou a vestir a 10 em Tóquio, pedido aceito por Jardine. Os dois têm se falado constantemente entre um jogo e outro.
– Ney é meu ídolo, eu tinha que fazer isso. Ele me conhece bem e seu pedido não foi à toa. Ele sabe que já jogo na Europa há algum tempo e que sou capaz de assumir esse papel. Acho que tomei a decisão certa – contou o camisa 10.
Se vier a medalha de ouro, Richarlison tem uma primeira medida a ser tomada. Não é uma promessa, mas uma vontade. Sem tatuagem no corpo – coisa rara entre atletas de hoje em dia -, ele vai rabiscar a medalha na pele se subir no degrau mais alto do pódio em Tóquio.
– Nunca pensei em fazer uma tatuagem, mas se conseguirmos o ouro, com certeza farei uma. Gostaria apenas de aproveitar este momento único. Entrar na história olímpica seria indescritível – contou o jogador, que não pensa em descanso até o fim da missão no Japão.
– Não me sinto cansado, tenho 24 anos! Estou vivendo o sonho de milhões de pessoas. Tenho muita sorte. Vou descansar quando me aposentar. No último jogo, Jardine perguntou-me se queria sair um pouco. Recusei e fiz dois gols. Os dois dias entre as partidas são suficientes para me recuperar. (Globo Esporte)