Enquanto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) defende o direito a reinserção do goleiro Bruno Fernandes, recém-contratado pelo Operário Várzea-grandense, de outro lado representantes políticas femininas aderem em favor de grupo de mulher ao movimento #BRUNONAO, alegando não ser normal a interpretação da OAB-MT.
Bruno, em 2013, foi condenado há 20 anos e nove meses pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver, da modelo e amante Eliza Samudio, com quem teve um filho. Porém, ganhou o direito a liberdade após ter cumprido o tempo necessário para progressão da pena, conforme está previsto na Lei de Execuções Penais (LEP). Ele estava preso desde 2010.
“Eu sei que muita gente vai dizer que a lei permite, que devemos seguir aquilo que está na lei e que fatos como esse devem ser considerados “normais”. Pra mim não é normal! Não é normal um homem que matou a amante, até hoje não confessou ou se arrependeu, não entregar onde enterrou o corpo, voltar aos campos e ter uma vida de um cidadão comum. Pior que isso, podendo se tornar um ídolo para as crianças de Mato Grosso, um símbolo de que é possível matar e retomar sua vida como se nada tivesse acontecido. Um homem frio que deixou uma criança sem mãe, que nunca se desculpou com a sociedade, jogar no nosso amado Mato Grosso… chega de feminicídio! Estamos fartas da impunidade #BRUNONAO”, citou a deputada estadual Janaína Riva (MDB), em sua página do Facebook.
Já a deputada federal Professora Rosa Neide (PT-MT) divulgou uma nota para afirmar o seu repúdio com a contratação do goleiro Bruno Fernandes pelo Clube Esportivo Operário Várzea-grandense (CEOV).
“O futebol tem uma função social, que ultrapassa a questão esportiva. Alcança as famílias e as crianças. A ressocialização é importante, mas o esporte cria ídolos e as crianças aprendem valores com essa super exposição que o esporte proporciona. A gravidade dos crimes cometidos por Bruno impõe que ele seja tratado com mais rigor e não como se fosse um ‘ídolo’, que merece ser disputado por clubes de futebol. Várzea Grande, especialmente, é um dos municípios com índices mais altos de mulheres que sofrem violência e morrem todos os dias. Chega de violência contra a mulher! Mais Brunos, não”, finaliza.