Na semana em que se comemora o “Dia do Geólogo”, o evento “VIII GEO Políticas: Mineração e Geoconservação” marcou três dias de debates sobre mineração, geoconservação, fósseis, geoturismo, riscos geológicos em ambientes naturais e a importância desses temas  para sociedade brasileira. O evento trouxe palestras de diversos profissionais do Brasil, Argentina e França, além de réplicas de fósseis de um mastodonte, peixes e dinossauros que habitaram a região Mato Grosso e ficaram expostas no saguão de entrada da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, local onde aconteceu o evento presencialmente.

Um dos destaques do VIII GEO Políticas foi a palestra do professor doutor, Thiago Marinho, da Universidade do Triângulo Mineiro (UFTM) que participou da descoberta de fósseis de ovos de dinossauros que foram destaque internacional. Marinho fez um breve relato sobre a Paleontologia em Uberaba (MG) e a relação da paleontologia com a mineração. “A descoberta recente de ninhos de dinossauros feita pelo nosso grupo de pesquisas em uma antiga pedreira de calcário foi um achado muito importante para o Brasil. Esses dinossauros viviam no interior de São Paulo e viveram há 85 milhões de anos”, destaca.

Também foram discutidos no evento temas como os Geoparques e Projetos de Geoparque no Brasil, geoturismo, geocomunicação, indústria mineral, garimpo e áreas de riscos. Renato Pimenta de Azevedo, do Projeto Geoparque Serra do Sincorá trouxe para o evento o tema “Garimpo e Geoconservação na Serra do Sincorá”, na Chapada Diamantina (BA) e a relação de antigos garimpos na região. “Muitos dos monumentos naturais descritos nos geossítios da região possuem evidências da atuação da atividade garimpeira, que deixou marcas profundas tanto na paisagem como na identidade do povo que habita a região”, afirma.  Azevedo também destacou que o garimpo legalizado, regulado e fiscalizado pode ser uma atividade econômica benéfica que cria riqueza e desenvolve as comunidades por ela impactadas. Por outro lado, o garimpo predatório em larga escala, sem licença, sem regulação e sem fiscalização, pode impactar de maneira irreversível sistemas ecológicos e a vida das pessoas, como marcas profundas tanto na paisagem como na identidade do povo que habita a região do parque.

O professor doutor Adelir José Strieder, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), explicou sobre o Geoturismo na região dos Garimpos de Ametista no Rio Grande do Sul, no noroeste do estado, explicando que a região é uma rota turística no estado e a relação “Mineração e Geoconservação” nessa área ainda está em estágios iniciais.

O VIII GEO Políticas é uma realização da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO), da Associação Profissional dos Geólogos do Estado de Mato Grosso (AGEMAT) e da Associação de Geólogos de Cuiabá (GEOCLUBE) e conta com patrocínio master do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA).

Sheila Klener, vice-presidente da FEBRAGEO e presidente da AGEMAT destaca que o  “VIII GEO Políticas: Mineração e Geoconservação” foi um evento muito importante para abrir a discussão sobre o uso das áreas com potenciais geológicos tanto voltados para extração mineral como para o turismo na natureza. Nos mostra que essas atividades podem e, muitas vezes, devem andar juntas gerando emprego e renda. “O evento foi excelente, tivemos uma participação grande de espectadores de vários estados do Brasil, com uma grande interação”, afirma.

O evento aconteceu de forma híbrida e todas as palestras estão disponíveis no YouTube da FEBRAGEO e podem ser acessadas gratuitamente: https://www.youtube.com/c/FEBRAGEO.