A primeira pergunta na entrevista coletiva de imprensa de Renato Gaúcho nesta sexta-feira, véspera da final da Libertadores contra o Palmeiras, foi: Bruno Henrique e Arrascaeta serão titulares? O técnico do Fla escondeu o jogo, mas, por outro lado, comemorou o fato de que tem o elenco todo à disposição para a decisão.
– Acho que o importante é que a gente seguiu o nosso planejamento visando essa partida da final da Libertadores, contra o Palmeiras. Tudo que nós poderíamos ter feito a gente fez para recuperar todos os jogadores. Lógico que eu não vou falar quem está 100% e quem não está, a sua pergunta é válida. Acho que o importante é que todo grupo está à disposição para a partida de amanhã – disse ele na coletiva de imprensa.
Prestes a disputar a terceira final da Libertadores como técnico, depois de ser vice com o Fluminense em 2008 e campeão com o Grêmio em 2017, Renato disse que isso “é para poucos” e falou um pouco sobre a ansiedade que antecede o confronto.
– O sentimento é de um sonho realizado. Mais uma final de Libertadores. É para poucos treinadores . Estou tendo esse privilégio pelo Flamengo. O Abel (Ferreira) também. O sentimento é dever cumprido à frente de um grupo maravilhoso, de uma torcida imensa e uma cobrança enorme. Estamos preparados para isso. Espero que o Flamengo consiga o tricampeonato. Sabemos que nosso adversário também quer. Mas nós fizemos tudo o que poderíamos fazer para esse jogo. São times que jogam para frente, que buscam o gol, e chegaram por méritos. Acredito em muitas emoções – disse.
Renato Gaúcho se mostrou ainda incomodado com a insinuação de que teria “aliviado” no empate com o Grêmio, pelo Brasileirão.
– Meu coração está ótimo. Estou bem preparado. Não deveria falar isso hoje… mas o que posso dizer para alguns colegas seus, que insinuaram… não entendem nada de futebol. São escrotos. Não tem um aqui na frente para me perguntar. A escrotidão não vou tirar nunca. Mas o coração está bem, com adrenalina a mil. Uma final da Libertadores é para poucos. Estou muito honrado e feliz – disse.
Flamengo e Palmeiras fazem a grande decisão da Libertadores neste sábado, às 17h (de Brasília), no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai.
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Vai usar Michael?
– Fico feliz de termos recuperado o Michael. Lembro o estágio que ele estava quando cheguei. O Flamengo tem grandes jogadores. Tem Arrascaeta, Bruno Henrique, Gabigol… essa dor de cabeça é boa para todo treinador. Não sou eu quem faço as regras, só podem começar 11. O importante é eu estar com todos à disposição.
Avaliação do trabalho
– Quem tem que responder é o Marcos Braz, junto com o presidente. Minha consciência está tranquila, os números não mentem. Estou vacinado com isso. Minha cabeça está voltada para decisão, quero ser campeão pelo Flamengo. No futebol, ou ganha, ou perde. Mas fizemos tudo o que poderíamos ter feito.
Muitas finalizações dos adversários nos últimos jogos
– Ficamos mais expostos na nossa forma de jogar. Mas foram equipes diferentes. Apesar desses números, vencemos o Inter e empatarmos com o Grêmio. Jogamos para frente. Na década de 80 o Flamengo fazia muitos gols e levava também. Nós temos os cuidados defensivos, treinamos para não dar chances. O mais importante é que criamos muitos e temos feitos os gols. Em uma decisão, temos que dar menos chances possível.
Alternância de favoritismo
– Nem vocês (jornalistas) se entendem… Uma hora um é favorito, depois é o outro. Para mim, não vejo favorito, conversei isso com Marcos (Braz) e Bruno (Spindel) vindo para cá. São duas grandes equipes, com jogadores de seleção, os dois últimos campeões. Chegam com méritos. Eu não acredito em favoritismo. Todas as equipes se preparam bem. Tudo pode acontecer.
Estilo de jogo do Flamengo na final
– Não podemos ficar só no plano A, tem que ter o B, C… O mais importante é poder ter essa mudança durante o jogo. Treinamos de várias maneiras. Vão acontecer de acordo com o que acontecer no jogo. Mas todos sabem a maneira que gosto. Os números dos gols dizem tudo. A equipe gosta de jogar com a posse de bola, mas com objetividade. Às vezes cedemos contra-ataque sim, mas faz parte. Quanto mais ataco, estou mais perto da vitória.
“No Brasil, só dão importância para quem ganha”
– Trabalhamos em busca dos resultados, dos títulos. Entramos para ganhar, mas o adversário também. Amanhã temos uma decisão. O mais importante é que chegamos por méritos. Aqui no Brasil, infelizmente, só dão importância para quem ganha. No Fluminense, em 2008, perdemos e ninguém era bom no dia seguinte. Na Europa é diferente. Mas estou vacinado.
Chance do tricampeonato pessoal
– Ontem disse aos jogadores: durmam e deixem o filme passar na cabeça. Vejam o quanto é bom, e eles sabem, já foram campeões. Está passando na minha cabeça há um mês. Sonhem com isso e realizem dentro do campo. Todos buscam. Para a carreira de todos é importante o tri. O Flamengo, depois de 40 anos, ganhou. Muito tempo para um clube grande. Agora, dois anos depois, está na final de novo. Se Deus quiser vamos nos abraçar depois do jogo. Vamos procurar realizar esse sonho.
Torcida do Flamengo
– Pode esperar uma entrega muito grande, determinação. Trabalhamos para isso. O torcedor pode ficar tranquilo. O Flamengo é sempre muito forte nas decisões. Fizemos tudo que era possível. Recuperamos os jogadores, e agora podem esperar uma garra muito grande.
Arbitragem experiente
– É um grande árbitro, tenho acompanhado o trabalho dele. Confiança total. Acho que o Palmeiras ficou satisfeito também. É conhecido mundialmente. Minha preocupação foi em armar o time e deixar o árbitro fazer o trabalho dele.
“Controlar as emoções”
– Final vai sempre ser um jogo tenso, cada lado tentando neutralizar o que outro tem de melhor. Temos conseguido controlar as emoções nas finais. Acreditamos no que estamos fazendo, e amanhã não será diferente. Tentar fazer nosso melhor possível e reduzir os erros.
Everton Ribeiro, do Flamengo, no treino em Montevidéu — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Veja o que disseram David Luiz e Rodrigo Caio:
Everton Ribeiro
Comparação entre 2019 x 2021
– Acredito que nessa uma final o time está mais experiente. É importante entrar conhecendo o jogo, sabendo o que pode acontecer. Os detalhes fazem a diferença. Nós podemos entrar mais atentos a todos os detalhes. Estamos fortes. O Palmeiras também vem de um título. Será um grande jogo e estamos preparados para isso.
Jogar no Centenário
– É um estádio que muita história. Conhecemos de ouvir os pais e avós. É uma honra estar aqui em uma final. Queremos ficar marcados também nesse estádio com o título.
A camisa 7 que foi de Renato
– Chegamos confiantes e sabendo o que fazer. Com todos bem, à disposição, isso que é o mais importante. Queremos fazer uma grande partida e realizar mais esse sonho. A camisa 7 o Renato fez história com ela, e eu espero poder fazer mais também. É um número que está me fazendo muito bem.
David Luiz
– Nosso grupo está bem preparado, focado, ansioso. Todo mundo gosta de jogos assim, vai ser uma grande decisão. A gente espera que possa fazer o que mais quer: a nação feliz. E sair com o título.
Rodrigo Caio
– Expectativa muito grande, estamos mais do que preparados. Acredito que a gente vai fazer uma grande final, que é o nosso objetivo, o nosso sonho. Que a gente possa coroar esse ano com mais esse título, que vai ser maravilhoso para nós e para toda nação. (GE)