Poucos times no Brasil tem um atacante tão eficiente. Caio Dantas, 27 anos, eleito o jogador do mês de outubro da Série B pela CBF, é também o artilheiro do ano no Brasil com 21 gols ao lado de Thiago Galhardo, do Internacional.
Caio Dantas passou pelo Cuiabá em 2019, quando foi o artilheiro do Campeonato Estadual, mas não emplacou na equipe que disputou seu primeiro ano na Série B. Sem marcar gols e enfrentando uma fase ruim, o jogador não conseguiu se destacar e foi perdendo espaço para outros atacantes até que foi dispensado do Dourado.
Na atual Série B, o jogador do Sampaio Corrêa tem 14 gols e três assistências, com participação direta em 17 dos 32 gols marcados pelo time.
Oriundo do futsal e revelado no futebol de campo pelo Audax-SP na Copa São Paulo de Juniores de 2013, quando terminou como artilheiro com oito gols, Caio tem como maior qualidade o posicionamento, o pivô (jogo de costas para o gol adversário) e a finalização.
– De cabeça, eu não sou tão bom, treino bastante, mas tenho muita confiança tanto na finalização de perna esquerda quanto direita. Minha especialidade acho que é o chute chapado no canto – disse o jogador, em entrevista ao quadro “Prancheta da B”, do SporTV.
Caio Dantas comemora gol da vitória do Sampaio diante do Náutico pela Série B — Foto: Lucas Almeida / SCFC
Caio foi eleito por um colegiado de 22 jornalistas como o jogador do mês de outubro da Série B, premiação criada pela CBF para os melhores da competição. Antes dele, conquistaram o prêmio Léo Gamalho e Breno Lopes, ambos já negociados por CRB e Juventude, respectivamente.
A visibilidade de Caio Dantas, porém, não deve ligar um sinal de alerta no torcedor do Sampaio Corrêa. O atleta já jogou por 3 clubes em 2020 (Boavista-RJ, Água Santa-SP e Sampaio Corrêa) e, segundo regulamentação da FIFA, não pode mais se transferir na temporada.
Veja abaixo a entrevista com Caio Dantas:
Sobre a fase artilheira:
– Eu não me preocupo tanto com a artilharia. Tento todos os jogos dar meu máximo e fazer gols. No final, eu vejo o que aconteceu. Procuro marcar em todos os jogos, sei que vai ter dia que não será possível. Qualquer hora pode sobrar uma bola ali, a gente tem de estar preparado para empurrar para a rede. Eu não sou grandalhão nem tão forte. O que me ajudou muito foi o futsal. Dos quatro anos aos 15, joguei futsal, trabalhei de pivô e todas as funções.
– Eu gosto bastante de participar do jogo. Eu já fui meia, na Copa São Paulo Paulo, quando fui artilheiro, joguei como meia. Já joguei de extrema (ponta). Depois, quando subi para o profissional, fui para centroavante. Isso me ajudou bastante a conhecer todos os lados do campo. Eu olho e procuro ver em volta onde tem espaço para mim.
Prefere jogar dentro da área ou armando o jogo?
– Varia jogo a jogo. O (técnico) Léo Condé prepara o time conforme o adversário que vamos enfrentar. Tem jogos que ele pede para movimentar bastante, sair da área, ajudar o Marcinho, ficar ali lado a lado. Tem jogos que ele pede para eu ficar mais, ficar só ali de bico a bico da área esperando mais um cruzamento ou fazendo um pivô.
A torcida deve ficar preocupada em perder o artilheiro?
– Quando a gente encontra um grupo que dá certo, todo mundo amigo, a gente quer aproveitar ao máximo o momento. Quero estar com a família do Sampaio a cada jogo e cada treino. Estou com a cabeça no Sampaio e dar o meu melhor a cada jogo.
– É um sonho aqui, mas claro que não conquistamos nada. Querendo ou não, é uma realidade, estamos entre os primeiros e vamos fazer de tudo para nos mantermos. Mas o primeiro objetivo ainda é conquistar os 45 pontos e depois a gente vai mais tranquilo tentar o máximo de pontos possível. (Com informações do Globo Esporte)