Parece que enfim vamos começar a vacinação, pelo menos é o que garantiu o Sinistro da Saúde.

É fato que a vacina do Butantan não alcançou a expectativa alardeada pelo precipitado almofadinha João Doria de 78% de eficácia, mas ainda assim ficou acima dos 50% exigidos mundialmente para aprovação de um imunizante.

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Na verdade o ideal seria usarmos os fármacos da Pfizer e da Moderna, cuja eficácia passa de 90% e que estão sendo aplicados há vários dias, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.

 

Entretanto esses imunizantes apresentam três problemas para serem usados aqui no Brasil, o alto custo, a necessidade de temperaturas muito baixas para serem conservados e, um terceiro e definitivo obstáculo: os fabricantes não têm estoque para atender os países que não compraram com antecedência.

Na verdade o ideal seria usarmos os fármacos da Pfizer e da Moderna, cuja eficácia passa de 90% e que estão sendo aplicados há vários dias

 

Diante da falha do governo, não garantindo o fornecimento de várias vacinas, como fizeram os precavidos, temos que concentrar energia na aplicação da CoronaVac e da AstraZeneca, que conseguiram sobreviver à torcida contrária do Presidente e ao ataque dos fanáticos bolsonaristas, adoradores da cloroquina.

 

Mas, a falta de acesso aos imunizantes de ponta não altera o nosso ânimo, pois segundo estudos iniciais a vacina do Butantan tem excelente efeito na prevenção das formas moderadas e graves da covid. A da Fiocruz vai mais longe, chega a 70% de eficácia com uma só dose e passa de 80% com uma segunda aplicação, após três meses.

 

Há ainda uma polêmica nacional esquentando alguns debates. O assunto é a possibilidade da iniciativa privada participar do processo de imunização. Alguns mais radicais defendem que essa é uma missão do Governo, da qual clínicas e hospitais particulares não deveriam participar, pois seria um desrespeito alguns terem acesso à vacina, enquanto outros aguardam na fila.

 

De novo, voltamos ao que é ideal e ao que é possível. Claro que seria ótimo se o governo oferecesse de graça e rapidamente, doses para todos os brasileiros, mas, este é um sonho inalcançável.

 

Ora, se o País não tem como comprar as doses necessárias por falta de fornecedores ou porque os preços são muito altos, não há mal algum em deixar que os que podem pagar por elas e consigam o produto em outros países participem do processo.

 

Já é assim na saúde do país. Há hospitais públicos, postos de saúde e prontos-socorros geridos pelo SUS convivendo com outros tantos particulares, que são complementares e não concorrentes.

 

Impedir que a empresas particulares ajudem na campanha de vacinação, alegando que estão furando a fila, é desconhecer que doentes com recursos, pagam por tratamentos médicos e não ficam na fila do SUS.

 

Da mesma forma que hospitais e clinicas particulares oferecem serviços aos que pagam por eles, devem também ofertar vacinas, aliviando a pressão sobre a rede pública e ajudando a conter a pandemia.

 

Só uma coisa é necessária: os mesmos critérios usados no SUS de priorizar os grupos de risco na imunização, devem ser exigidos da iniciativa privada. Até porque seria uma forma de evitar uma procura descontrolada pela vacina, fazendo o preço explodir.

 

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor