Michèle Sato, professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e referência nacional e internacional em estudos sobre Educação Ambiental faleceu na madrugada desta terça-feira (16.05), aos 63 anos. Ela estava internada desde abril, quando precisou de doação de sangue em razão de complicações de saúde. Informações sobre velório ainda não foram divulgadas.

Muito querida pela comunidade acadêmica, Michèle deixa dois filhos e uma legião de alunos e amigos ao redor do mundo. A professora era conhecida por ter orientado e coordenado relevantes pesquisas científicas, mas também por seu jeito gentil e amável com todos. “Perdi uma amiga, autêntica e genuína, uma referência no campo da Educação Ambiental. Meus sentimentos para os familiares. Michèle Sato estará para sempre na nossa memória”, afirmou Pedro Pinto de Oliveira, jornalista e professor da UFMT.

Bióloga por formação, Michèle era coordenadora do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT (PPGE/UFMT). Em mais de 40 anos de vida acadêmica, foi orientadora de centenas de alunos de graduação e pós-graduação. A pesquisadora já foi citada milhares de vezes em estudos realizados no Brasil e no mundo que tratavam especialmente de movimentos sociais, colapso climático e arte popular.

A estudiosa realizou três pós-doutorados, tendo sido o último em 2021, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), quando tratou de arte e pandemia. Sua pesquisa foi tema da matéria “Pandemia inspirou arte de rua em forma de protestos e homenagens” publicada em agosto do ano passado pelo PNB Online.

Dentre as homenagens recebidas em vida, a docente recebeu os títulos de cidadã mato-grossense e cidadã ambientalista, pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso; cidadã de Nossa Senhora do Livramento; cidadã cuiabana. Além disso, teve o livro “Educação Ambiental: pesquis e desafios” como obra finalista do Prêmio Jabuti.

Fundadora da Rede Lusófona de Educação Ambiental, do Fórum de Direitos Humanos e da Terra (FDHT) e membro dos Observatórios da Educação Ambiental (Brasil e Portugal), Sato era uma entusiasta da divulgação científica. Concedeu dezenas de entrevistas ao PNB Online, em que tratou, sempre de maneira clara e objetiva de assuntos como crise climática, desigualdade social, e perspectivas de futuro para um mundo que vem sofrendo com as consequências da exploração da natureza pelo ser humano.