Rafinha está indo pra Grécia. Bem longe da torcida do Flamengo, mas também de um processo judicial incômodo ao lateral. Semana passada, ele recebeu em sua casa uma intimação para que informe à Justiça quais são os bens registrados em seu nome e de familiares. A intimação é consequência de um processo movido pela ex-mulher e mãe de suas duas filhas, de 11 e 7 anos, Carolina Ferrari Santana com quem Rafinha foi casado durante nove anos. As informações são do Blog de Gabriela Moreira.
No processo, ao qual o blog teve acesso, Carolina informa que vem tentando esclarecer a situação junto ao ex-marido desde o ano passado, quando o jogador foi transferido para o Flamengo. A insatisfação de Carolina se dá por dois motivos, segundo a ação. Um deles, pelo fato de o jogador ter reduzido o valor de pensão alimentícia que paga desde a separação (em 2017).
“Após a separação do casal o requerido continuou prestando integral auxílio financeiro às filhas e à companheira. Contudo, em movimento gradual e injustificado, passou a “cortar” os valores repassados a família”, sustenta a defesa de Carolina.
O segundo motivo de insatisfação, pelo que consta nos autos, é pelo fato de Rafinha não feito a devida partilha de bens com a ex-mulher. Carolina, que é formada em direito, afirma no processo que o ex-marido transferiu bens para sua mãe e irmão com o objetivo de “fraudar a partilha”.
“Ademais, por meio de consultas informais em imobiliárias locais, soube-se que o requerido tem por hábito fazer a compra de imóveis sem o devido registro público posterior, ou seja, ele mantém as aquisições apenas em instrumentos particulares. O que foi percebido pela autora quando da procura das matrículas de imóveis que tinha ciência que haviam sido adquiridos pelo ex-companheiro”
Dinheiro na Alemanha
Outra afirmação feita pela ex é que o jogador mantém investimentos aplicados na Europa, por “razões fiscais” e para “desviar” o montante da partilha.
“Sabe-se que por razões fiscais, uma significativa parcela dos valores auferidos por Rafinha nos clubes europeus está aplicada em investimentos na Alemanha, local em que também se situa grande parte do patrimônio comum já que o requerido residiu naquele país por 12 (doze) anos e é impossível que tenha gastado a totalidade dos valores supracitados, recebidos ao longo da união estável”, diz a autora da ação, referindo-se ao período em que Rafinho atuou pelo Bayern de Munique.
Ida à Grécia não impede andamento do processo
O processo, que corre em Curitiba desde o ano passado, na Vara de Família de Santa Felicidade, em Curitiba, foi remetido para o Rio com o pedido para que Rafinha apresentasse a lista de bens. A carta precatória foi registada na 2ª Vara de Família da Barra da Tijuca.
Nela, a defesa pede à Justiça que Rafinha seja ouvido para que informe a totalidade de seus bens e rendimentos no período de oito anos em que o casal, segundo Carolina, manteve união estável. Rafinha tem 15 dias para ser ouvido, o que pode ocorrer por meio de seu advogado, sem a necessidade de um depoimento pessoal.
Além do pedido para que o jogador seja ouvido, os advogados de Carolina pedem que o Flamengo, o Bayern de Munique e a Nike informem quanto depositaram ao atleta durante a vigência de seus contratos e lista uma série de empresas imobiliárias para que elas informem a participação do jogador na compra de 23 imóveis. Além disso, pede que seja expedido ofício ao Banco Central da Alemanha para obtenção do imposto de renda do atleta.
A advogada Diana Maria Palma Karam Geara, que representa Carolina, foi procurada. Ela confirmou a existência da carta precatória para citá-lo na ação de produção antecipada de provas que tramita em em Curitiba. Segundo a advogada há outras ações em face de Rafinha tramitando no Paraná, mas por elas estarem em segredo de justiça, disse que não poderia detalhes das causas.
A assessoria de Rafinha também foi procurada para dar sua versão sobre os fatos alegados pela ex-mulher, mas preferiu não se manifestar. (Blog Gabriela Moreira/Globo Esporte)