O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) pediu a pronúncia do investigador da Polícia Civil Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves pelo homicídio qualificado do policial militar Thiago de Souza Ruiz. O crime aconteceu no dia 27 de abril, em uma conveniência próximo ao Choppão, em Cuiabá. O promotor de Justiça Samuel Frungilo afirmou que Mário quis impor valentia e superioridade.

Na denúncia, o Ministério Público apresentou duas qualificadoras: utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi atingida por disparos de arma de fogo, e motivo fútil. O promotor apontou a existência de provas e elementos suficientes da autoria que pedem que o caso seja submetido ao Tribunal do Júri.

“A bem da verdade é que Mário sabia que a vítima era policial militar, mas agiu com vontade deliberada de impor valentia e superioridade em relação aos presentes”, disse o promotor. Agora, caberá ao juiz decidir se Mário passará pelo júri popular.

Relembre o fato

O caso aconteceu no dia 27 de abril. Informações apontam que Mario foi até a conveniência do posto Conte Comigo, na companhia de outro amigo. No estabelecimento, eles encontraram Thiago, que também estava com um colega, porém não conhecia o investigador. O amigo de Mario percebeu que o investigador e o cabo da PM teriam se “estranhado”, sendo que o policial civil passou a desconfiar se Thiago era realmente policial militar.

Ambos acabaram se reunindo com os demais colegas para tomar uma cerveja. Durante
conversa, Thiago e Mario contaram algumas histórias das suas carreiras policiais e fizeram questionamentos um para o outro. Outra testemunha relatou que Thiago e Mario estavam conversando sobre situações de confronto e que Mario afirmou que “em situação de confronto, passaria por cima de qualquer um e não consideraria amizade”.

Após uma das histórias, Thiago levantou a camisa e disse “inclusive eu tenho uma cicatriz
aqui”, e apontou para um ferimento antigo próximo à axila. Ao levantar a camisa, o armamento de Thiago ficou exposto na cintura. O policial civil pegou a arma com as mãos e disse “vou chamar a Polícia Militar para averiguar a sua arma”. Consta no documento que o investigador desconfiava que a arma seria ilegal.

Thiago tentou pegar a arma dele novamente e acabou entrando em luta corporal com Mario. O cabo da PM foi atingido com cinco tiros, a maioria nas costas. Thiago conseguiu correr alguns metros, mas devido aos ferimentos, ele caiu no chão, morrendo ainda no local.

(Olhar Direto)