O ex-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho, que assume nesta quarta-feira (5) uma cadeira no Senado, disse que se a Reforma Tributária for aprovada sem alterações, Mato Grosso será o Estado mais prejudicado financeiramente do Brasil.

Ele também declarou que pretende buscar formas de equilibrar os efeitos da reforma sobre os estados consumidores e produtores.

Carvalho assume a cadeira no lugar de Wellington Fagundes (PL), que se licenciou para tratamento médico.

Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda, a aprovação da Reforma Tributária causaria um rombo de R$ 7 bilhões aos cofres mato-grossenses por ano. Isso ocorre porque a mudança na tributação reduziria em R$ 4 bilhões a receita do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além de cortar R$ 3 bilhões do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).

“Não podemos admitir perdas enormes. O Mato Grosso, dos 27 estados da Federação, é o que mais perde com a Reforma Tributária. Em compensação, o Sul e Sudeste são os mais privilegiados, são superganhadores. E nós, superperdedores”.

“Nós não queremos nada mais do que conquistamos, queremos manter o Estado que temos hoje”, afirmou, referindo-se ao crescimento que Mato Grosso alcançou nos últimos anos com alta produtividade no campo e os investimentos em indústria. “Quem vai sofrer as consequências é a nossa população. A discussão que estamos tendo é para trazer equilíbrio entre estados consumidores e produtores”, afirmou.

Insistência na negociação

Carvalho destacou que o Governo de Mato Grosso insistirá nas negociações com o Governo Federal para que a proposta da Reforma Tributária seja alterada.

Além disso, ele disse que outros estados prejudicados economicamente também lutarão por alterações no texto.

“Com certeza iremos cravar um debate democrático, amplo e verdadeiro de mostrar a realidade do Centro-Oeste, do Norte, do Nordeste, que são os Estados que mais sofrem com essa nova Reforma Tributária”.

“Acreditamos muito nesse diálogo, já tivemos muitas reuniões, mas infelizmente pouca coisa foi para o texto”, concluiu.

(MidiaNews)