Pelo menos 15 incêndios ou queimadas classificadas como sendo de média ou grande proporções foram registradas, em menos de duas semanas neste mês de setembro, na Região Metropolitana de Cuiabá. A maior ocorreu na tarde desta quinta-feira (12), devastando quase três hectares, no Altos do Coxipó, Tijucal, Espigão e Jardim Passaredo – região Sul de Cuiabá.
A facilidade com que o fogo se espalha por causa da secura do mato e do vento é espantosa, sob todos os aspectos. A reportagem do Cuiabano News obteve imagens exclusivas da queimada na região Sul da Capital de Mato Grosso, inclusive destruindo habitat de diversas espécies de animais.
Na narração, o Mr Max MC – autor do vídeo – enfatiza sua suspeita de que o incêndio tenha sido provocado propositalmente pela ação do homem. O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso informou que não tem condições de assegurar, de forma inexorável, que a queimada tenha sido criminosa ou acidental.
Veja o vídeo gravado por Mr Max Mc
Recentemente, Mato Grosso tem passado por um grande período de tempo seco e altas temperaturas, o que facilitado e aumentado a ocorrência de queimadas e incêndios.
Os malefícios trazidos pelo problema afetam não só o meio ambiente, como também a saúde do ser humano, notadamente das crianças e idosos. Na chamada Baixada Cuiabana, o inverno de 2019 foi atípico, muito quente e seco e, com isso, os focos de incêndio foram numerosos, em todas as regiões do portal do Pantanal de Mato Grosso.
“Em termos de saúde, é muito prejudicial, pois afeta o aparelho respiratório, principalmente de crianças e idosos que já têm problemas. Isso leva a um aumento pela busca por socorro, superlotando os hospitais e serviços de saúde”, observou o sargento BM Mário Souza de Oliveira, há mais de duas décadas na corporação.
Para o meio ambiente, o maior prejuízo é a perda da vegetação e de pequenos animais que vivem na área afetada. “Muitas vezes eles não têm outros locais para sobreviverem e, quando o fogo chega, acabam morrendo. Outro problema é que, sem mata, em algumas áreas, pode ocorrer que, na chuva, a terra dos locais afetados acabe indo para os rios e riachos, o que prejudica mais ainda esses espaços”, advertiu Mário Oliveira.
Historicamente, existem produtores mato-grossenses que promovem queimadas que, embora sejam em suas propriedades, a fumaça e a fagulha, muitas vezes, atingem o perímetro urbano das cidades e trazem problemas respiratórios à população, além da sujeira.
Para tentar evitar as queimadas, se torna essencial manter o terreno limpo, com aceiros nas laterais, e que não se permita jogar restos de madeiras, papeis e outros resíduos que podem alimentar o fogo.
“As queimadas urbanas são consideradas crimes e precisam ser avisadas aos órgãos de fiscalização. Apesar de ser uma forma bem simples de ‘limpar’ o terreno, podem causar muitos danos, e alguns severos. Ligue para a Defesa Civil, para os bombeiros, peça ajuda. Seja consciente”, complementa o sargento Mário Oliveira.
A última chuva forte na Região Metropolitana de Cuiabá foi no dia 13 de maio. Desde então, houve chuvas esparsas, em algumas áreas da Capital e de municípios da Baixada Cuiabana.