O São Paulo foi eliminado na semifinal da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, com suas ações dentro de campo totalmente dominadas pelo Grêmio. A equipe de tanta posse e toques envolventes foi neutralizada pelo time de Renato Gaúcho.
Mas não é por conta disso que o Tricolor precisa tratar a queda como terra arrasada. A participação foi encerrada de forma digna, longe daqueles vexames que machucaram os torcedores nos últimos anos.
Claro que eliminações, sejam como forem, são doloridas. Mas alguns pontos podem explicar por que a da última quarta não pode instalar uma histeria no clube ou até mesmo nos torcedores:
Mais longe do que muitos imaginavam
Depois das eliminações no Campeonato Paulista, na Libertadores e na Copa Sul-Americana (todas em 2020), chegar à semifinal da Copa do Brasil passando por Fortaleza e Flamengo foi um feito para este São Paulo.
As atuações na temporada levavam a crer que seria mais uma daquelas jogadas no lixo. Mas o técnico Fernando Diniz conseguiu dar nova cara ao time, encaixou peças, e o futebol chegou a ser citado como um dos melhores do país. O torcedor teve o direito de sonhar.
No entanto, nada disso foi suficiente para uma equipe treinada há anos por Renato Gaúcho e que precisava dar uma resposta imediata após a eliminação com goleada na Libertadores para o Santos.
Por mais que Fernando Diniz já esteja no São Paulo há 15 meses, o time titular ainda não chegou a grandes decisões e vive um processo de amadurecimento. Quatro titulares, por exemplo, são garotos formados nas categorias de base.
Muito vivo na briga pelo Brasileirão
A temporada não acabou para o São Paulo. No Campeonato Brasileiro, o time mantém muito viva a chance de título. Na liderança, com sete pontos de vantagem para o vice-líder Atlético-MG, o Tricolor só depende de si para ser campeão.
A campanha nos pontos corridos é muito boa, e a eliminação na Copa do Brasil não pode influenciar nessa corrida por um título que é muito plausível. No torneio, o São Paulo tem o melhor ataque, a melhor defesa (ao lado do Grêmio), é o melhor visitante e o segundo melhor mandante.
ofrer uma queda nunca é bom, mas se for olhar pelo copo meio cheio, o São Paulo tem a possibilidade de focar somente em uma competição e aproveitar para dosar seu elenco pouco volumoso e que começa a ter problemas de lesão (Luciano e Pablo, por exemplo, foram desfalques contra o Grêmio).
O São Paulo volta a campo no Brasileirão no próximo dia 6, contra o Red Bull Bragantino, às 21h30, em Bragança Paulista.
Eliminação serve como mais uma lição
O técnico Fernando Diniz costuma dizer em suas entrevistas que as eliminações de 2020 fizeram o elenco ficar mais unido e aprender com as adversidades.
A frustração na Copa do Brasil pode servir para o grupo tirar mais algumas lições na temporada e, quem sabe, utilizá-las para faturar o Campeonato Brasileiro.
A primeira delas é saber jogar contra times mais cascudos e que vão saber anular o estilo de Fernando Diniz. O Grêmio atuou três vezes contra o São Paulo neste ano e não sofreu gols.
– É sempre difícil jogar contra quem joga atrás, como eles. Uma das coisas que a gente tentou corrigir foi a circulação da bola, tentar deslocar a marcação do Grêmio, a bola longa. A gente tentou, e eles foram muito bem. Mas é muito mais fácil marcar e destruir. O Grêmio nem contra-ataque teve, é uma proposta para não tomar gol, não para fazer no contra-ataque – disse Diniz em coletiva.
Em segundo lugar, é ter a consciência de que o elenco tem suas limitações. Trabalhar para ter o time titular sempre à disposição será um dos desafios até o final de fevereiro, na reta final do Brasileirão.