Devido às chuvas intensas durante o mês de março no sul de Portugal, a Igreja Matriz da cidade de Portimão sofreu com o desabamento de um de seus muros, construídos originalmente no século 15. Ao iniciar os trabalhos para substituir a estrutura, no entanto, os funcionários responsáveis pela obra foram surpreendidos pela descoberta de um antigo conjunto de ossos.
Uma equipe de arqueólogos foi acionada para investigar o local, e definiu que a ossada era composta por 12 sepulturas diferentes, todas aparentemente datadas entre os séculos 16 e 19. O achado serviu como evidência para ganharem força algumas suspeitas das autoridades sobre a existência de um cemitério escondido sob a terra ao redor do centro religioso.
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Igrejas serviam como cemitérios
Embora ainda não se saiba nenhuma informação sobre a identidade dos indivíduos escavados, os especialistas agora trabalham para entender o contexto de seus enterros, indica um porta-voz da Câmara Municipal de Portimão, ao site Portugal News. Não se descarta ainda a possibilidade de mais esqueletos serem encontrados em breve no local.
Como lembra o site Popular Mechanics, no passado, as igrejas frequentemente serviam também como cemitérios. Já se sabia sobre a presença de sepulturas na parte de trás da Igreja Matriz de Portimão, mas as descobertas recentes apontam para a possibilidade desses funerais terem ocupado uma região ainda maior do que a imaginada anteriormente.
Rita Dias, arqueóloga e gerente de projetos da ERA Arqueologia (empresa de arqueologia responsável pela escavação), disse ao Sul Informação que, graças às várias cronologias sobrepostas no local, é provável que ele tivesse sido usado em diversas épocas, tendo sido descontinuado por volta da década de 1860. Naquela época, cresceram as preocupações com relação a higiene.
Como consequência disso, os funerais passaram a ser feitos em regiões mais distantes do centro, nos arredores da cidade. Os registros da região corroboram essa suposição, à medida que destaca a construção de um novo cemitério pela prefeitura em 1863.
Veja imagens compartilhadas pela prefeitura de Portimão nas redes sociais:
(Por Arthur Almeida)