Em se tratando de população, Índia e China são países que possuem 1,4 bilhões de habitantes. Juntos, concentram mais de um terço da população mundial. E dentro desse contexto, é esperada uma mudança no que diz respeito ao posto de país mais populoso do planeta neste ano de 2023. Nesta data, a Índia deve passar de 1,45 bilhões de vidas humans em seu território e vai superar a China.
Os dados, que constam na projeção da Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que a China apresenta uma menor taxa de crescimento demográfico, principalmente em virtude da redução na taxa de natalidade, fruto da política de filho único implementada nos anos 70 e que perdurou até 2016, quando o limite passou a ser de dois filhos.
Por outro lado, a Índia também exerceu esse tipo de intervenção ao longo dos anos 70. Mas pode-se dizer que o cenário que o país apresenta atualmente é diferente do gigante asiático, e o aumento da população tem sido reflexo de diversos fatores que atuam conjuntamente, a exemplo do aumento taxa de crescimento superior a 2%, que perdurou por décadas.
Por trás da mudança
Os motivos por trás dessa transição no perfil indiano são: a elevação da expectativa de vida, a redução da taxa de mortalidade e mesmo o aumento da renda per capita. Segundo as Nações Unidas, a Índia deverá superar a população chinesa em abril de 2023.
Essa mudança pode implicar numa nova perspectiva do ponto de vista político, já que a Índia, junto de Brasil, Japão e Alemanha, reivindica um assento permanente no Conselho de segurança da ONU em busca de maior protagonismo e papel de decisão.
Atualmente, a média da população é de 28 anos. Com o aproveitamento da população ativa no país, também existe a oportunidade de manter a Índia como polo de talentos na área de tecnologia, onde é destaque. Mas voltar o olhar para o envelhecimento da população, que deve se acentuar nas próximas décadas, também será necessário.
Perspectivas globais para as próximas décadas
Em novembro de 2022, o mundo atingiu o marco de 8 bilhões de habitantes, destacando o aumento populacional tanto no sudeste asiático quanto na Ásia central, sendo estas as regiões que apresentaram os maiores índices, segundo o levantamento da ONU.
A África, por sua vez, também tem apresentado índices elevados de crescimento. Espera-se que a região da África Subsaariana, em particular, deverá responder por mais da metade do aumento global até 2050.
Sendo assim, a projeção aponta que o aumento populacional estará concentrado em oito países. São eles: Índia, Paquistão, Filipinas, República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Nigéria e República Unida da Tanzânia.
Enquanto isso, a China vivencia um período em que a mudança para a política de três filhos por família não exerce um grande impacto. Apesar dos incentivos fiscais, a população não tem aderido, aproximando o país de um cenário novo, em que sua população passará a encolher. Havendo um rápido declínio, os efeitos econômicos poderão ser perceptíveis.