A efervescência inusitada do diz-que-diz interno, nas últimas semanas, forçou à antecipação do diálogo, nos bastidores do Palácio Pascoal Moreira Cabral, sobre a disputa da próxima Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá. E tudo indica que a chapa vai esquentar pra valer, antes do dia 25 de agosto, data determinada para realização do pleito interno, porque há desejo latente de renovação.
Nesse contexto, o crescimento real de uma candidatura do Bloco Independente, tratado como oposição, balançou as estruturas da aliança governista. “Temos excelentes nomes e qualquer um pode ser candidato à Presidência. Nosso trabalho é pró Câmara e, por isso, tem apoio da oposição e base governista”, argumentou o vereador Demilson Nogueira (PP), um dos coordenadores.
Até então favorito com tranquilidade, o vereador Adevair Cabral (PTB) viu seu tapete ser puxado pelo colega, vereador Marcran Santos (PP), que esperava o apoio do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Numa manobra rápida, o vereador Chico 2000 (PL) passou a ser candidato da situação e recebeu apoio de Adevair, mas não convenceu Marcrean.
E, com a cisão interna, Chico 2000 viu-se ameaçado e passou a tentar ampliar as promessas aos colegas, na tentativa de desarticular o bloco Independente.
Chico 2000 está no Poder Legislativo da Capital desde 2005 e, para chegar à presidência, supostamente conta com apoio do atual presidente da Câmara, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), e de Emanuel Pinheiro.
Demilson Nogueira assegura que não existe vaidade e que considera os aliados como autênticos pré-candidatos à Mesa Diretora. No momento, estariam no rol os vereadores Marcus Brito Júnior (PV), Eduardo Magalhães (Republicanos), Pastor Jefferson (PSD), Didimo Vovô (PSB), Kássio Coelho (Patriota) e Sargento Joelson Fernandes (PSB).
O grupo também recebe crédito de confiança dos vereadoeres Diego Guimarães (Republicanos), Michelly Alencar (União Brasil), Tenente-Coronel Paccola (Republicanos), Edna Sampaio (PT) e Dilemário Alencar (Podemos), integrantes do bloco oposicionista.
Institucional
A data da eleição na Câmara de Cuiabá é determinada pelo Artigo 12, Parágrafo 3º, da Lei Orgânica Municipal. Em sendo assim, no dia 25 de agosto (uma quinta-feira), a partir das 17 horas, acontece a sessão especial para escolha da nova Mesa Diretora, que irá dirigir a Legislativo da Capital, no biênio 2023-2024. Mesmo sendo eleita no dia 25 de agosto, a nova Mesa Diretora só tomará posse no dia 1º de janeiro do proximo ano.
“Sem dúvida, é importante que seja preservada a autonomia do Poder Legislativo e creio que isso é motio de unidade, em nosso grupo”, complementou Demilson Nogueira.
Pela Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022 de Cuiabá, o duodécimo da Câmara Municipal é superior a R$ 68 milhões. A projeções preliminares indicam que, para o exercício de 2023, a tendência é de que o orçamento do Poder Legislativo da Capital passe facilmente dos R$ 70 milhões.