Existem duas respostas possíveis para essa pergunta. A rigor, o metal mais caro do mundo é o califórnio (Cf), descoberto em 1950, cujo preço está em cerca de US$ 27 milhões (ou R$ 154 milhões) por grama. Esse valor vem da escassez do material: o califórnio não é encontrado na natureza em quantidades significativas e precisa ser produzido em laboratório.

Por ser radioativo, o califórnio é extremamente perigoso. Por isso, tem poucas aplicações práticas, que envolvem usos médicas e na indústria de energia nuclear. Por ano, apenas entre 30 e 40 microgramas de califórnio são produzidos, a maior parte em laboratórios na Rússia e nos EUA.

A segunda resposta é a mais comum: o ródio (Rh). É ele quem detém o recorde do Guinness, afinal. Mas o próprio Guinness ressalta: “metal mais caro para uso industrial”.

No fundo, é isso que diferencia os dois: o ródio é muito mais comum e tem muito mais aplicações no mundo do que o califórnio, por isso é mais procurado. Embora seu preço varie entre US$ 200 e 500 (algo como R$ 1100 a 2800) por grama. É um preço 54 mil vezes mais barato que o califórnio.

O ródio possui uma indústria ativa e demanda constante. Esse apelo existe porque o metal, que vem da família da platina, tem várias propriedades únicas. Entre elas estão a alta resistência à corrosão, que o torna ideal para uso em peças que precisam suportar condições extremas, a alta refletividade, que o torna valioso para aplicações em que o brilho e o polimento sejam importantes, e a durabilidade, que o torna resistente ao desgaste, inclusive em temperaturas extremas. Além disso, é um catalisador eficiente, muito eficaz em reações químicas, especialmente na indústria automotiva.

80% do ródio do mundo é originário de minas na África. Cerca de 30 toneladas são produzidas anualmente — a efeito de comparação, todo ano, o planeta produz entre 2.500 e 3.000 toneladas de ouro. O ródio nunca é encontrado em sua forma mais pura: na verdade, ele é quase sempre coletado como um minúsculo subproduto do refino de platina, cobre e níquel.

(Por Victor Bianchin)