Bando preso e acusado de envolvimento na execução do advogado Renato Gomes Nery, 72, passa a ser investigado no assassinato de outro advogado, Antônio Padilha de Carvalho, 60, ocorrido no dia 4 de dezembro de 2019, em Cuiabá. Isto porque a perícia no celular do marceneiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado como assassino de Nery, localizou fotos dos dois pistoleiros que mataram Padilha, imagem captada por câmeras de segurança. Alex de Queiroz se assemelha fisicamente ao garupa.
Conforme o delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que atua nos dois inquéritos, os executores de Antônio ainda não haviam sido identificados, pois usavam motocicleta sem placas e luvas camufladas. Além de Alex, estão presos pelo envolvimento na morte de Nery os policiais militares da Rotam Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Leonardo de Oliveira Penha, Jorge Rodrigo Martins, Wekerlley Benevides de Oliveira e Heron Teixeira Pena Vieira.
De acordo com Bruno Abreu, o executor de Padilha estava na garupa da motocicleta. Nos dois crimes, a ação dos criminosos foi idêntica. O fato de Alex pesquisar várias vezes em sites sobre a execução de Nery reforça o fato dele ser o principal suspeito de ter atirado contra o advogado em 6 de julho de 2024.
Em relação à execução de Padilha, os mandantes e o intermediador foram presos na Operação Chapeiros, deflagrada pela DHPP em agosto de 2022. Na época, foram presos Adinaor Farias da Costa, ex-presidente Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Cuiabá (Sintramm), Joelmir Ermenegildo Siqueira, ex-tesoureiro, além de dois ex-sindicalistas, Alisson Tiago de Assis Silva, acusado de tentar obstruir a investigação, e Rafael Saraiva Materazzi, intermediador na contratação dos pistoleiros.
Padilha moveu ação contra o sindicato por corrupção e desvios. Assim como Nery, foi executado em via pública, a luz do dia, diante da esposa que estava ao seu lado no banco de passageiro do veículo. Crime ocorreu 6 dias antes da realização da audiência na Justiça do Trabalho, onde o advogado apresentaria provas sobre irregularidades e desvios na gestão de Adinaor e Joelmir. Com a morte de Padilha, que era um dos fundadores do sindicato, houve desistência da ação por parte dos demais denunciantes, intimidados com o crime.
